O Remdesivir fracassou no primeiro ensaio clínico. O antiviral era apontado como um dos mais promissores e representava uma das esperanças da comunidade científica no tratamento da covid-19 a médio prazo.
Num documento preliminar, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que não existem benefícios no uso deste medicamento para os doentes infetados com o novo coronavírus.
O estudo, realizado na China, concluiu que o Remdesivir não melhorou o estado de saúde dos pacientes nem reduziu a presença do elemento patológico na corrente sanguínea. Segundo o Observador, o medicamento foi administrado a 158 pessoas infetadas, e o progresso destes doentes foi comparado com o de 79 pessoas infetadas a quem não foi dada esta substância.
As conclusões do estudo ainda vão ser sujeitas à revisão de outros cientistas, mas a OMS disponibilizou, por lapso, o documento preliminar, a que o Financial Times teve acesso.
“A pedido da OMS, para que informações e estudos fossem partilhados rapidamente, um documento preliminar foi fornecido pelos autores do estudo, inadvertidamente publicado no site e retirado assim que o erro foi detetado”, esclareceu a organização.
A Gilead Sciences, que desenvolveu o fármaco, apontou para resultados inconclusivos, embora tenha destacado o “potencial benéfico do Remdesivir, sobretudo entre os pacientes tratados no início da doença”. Além disso, a empresa fez referência ao facto de o estudo ter sido concluído antes do previsto, devido à pequena dimensão da amostra.
Este medicamento continua a ser alvo de outros estudos, havendo a possibilidade de recolher dados adicionais para perceber se será ou não eficaz no tratamento da covid-19.