O concurso nacional de acesso ao Ensino Superior volta a registar um aumento de vagas, pelo terceiro ano consecutivo, ainda que residual e em ano de corte de vagas em Lisboa e Porto, por determinação do Governo.
O número total de vagas para ingressar nas universidades e politécnicos públicos em 2018 é de 50.852, mais 0,2% do que as 50.838 vagas de 2017, fixando-se a distribuição em 55% de vagas para as universidades e 45% para os politécnicos, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
“Contudo, tendo em vista a correção dos desequilíbrios territoriais na evolução recente do ensino superior público em Portugal, a distribuição de vagas inclui um aumento de 1.080 vagas nas instituições localizadas fora de Lisboa e Porto e a redução de 1.066 vagas nestas instituições de Lisboa e Porto”, refere a tutela em comunicado da tutela sobre a implementação do corte de lugares nas duas maiores áreas metropolitanas do país.
Às 50.852 vagas acrescem mais 708, para concursos locais e regimes especiais de acesso, o que perfaz um total de 51.560 vagas.
Insistindo em reforçar a oferta de vagas nas áreas de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica, que o Governo considera essenciais para o desenvolvimento da Iniciativa Nacional Competências Digitais, há um acréscimo global de 4,5% no total de lugares disponíveis, que é de 11,6% nas instituições do interior, acrescentando que o crescimento de vagas nos últimos dois anos para estas áreas se fixou nos 7,1%. Há ainda um crescimento de vagas em cursos da área de Física de 3,3%.
Em termos de áreas de formação, e ainda que a nota dominante seja a da estabilidade, com acréscimos ou reduções de vagas na ordem das poucas dezenas, há um salto significativo na oferta em Engenharia, com um crescimento na oferta em 2018 de mais de 200 vagas.
Estudantes evitam afastar-se de casa
Segundo os mesmo dados divulgados pelo Ministério sobre mobilidade geográfica dos alunos que ingressam no ensino superior, um estudante de Lisboa dificilmente deixa de o ser. Os números apontam que nas três maiores cidades universitárias os jovens tendem a não se deslocar.
Se a origem do aluno é Lisboa ou a sua área metropolitana, em 94% dos casos entre aqueles que seguem estudos superiores a opção é tirar um curso na zona onde residem. A quase totalidade dos estudantes de Lisboa não se desloca quando entra no ensino superior.
Os dados revelados respeito ao ano letivo de 2015-2016 e mostram comportamentos semelhantes, com percentagens na ordem dos 80%, para os alunos da área metropolitana do Porto e da região de Coimbra, os distritos onde se localiza o maior número de vagas, associado a uma grande diversidade da oferta, dado ser nestas cidades que se concentram as maiores universidades e politécnicos do país.
Os fluxos regionais dos estudantes do ensino superior revelam que estes não se afastam muito da sua zona de residência, mesmo quando têm origem em zonas do país com oferta reduzida, procurando ficar o mais próximo possível de casa.
Não o conseguindo, Lisboa e Porto são as regiões que revelam maior atratividade, sendo que normalmente Lisboa acolhe mais estudantes deslocados com origem no sul do país, na zona oeste e na região da lezíria do Tejo, e o Porto acolhe maioritariamente deslocados no norte do país.
Candidaturas e prazos
Os alunos que queiram candidatar-se ao ensino superior público têm 1.068 cursos disponíveis, entre licenciaturas e mestrados integrados. A primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior arranca esta quarta-feira e termina a 7 de agosto.
As candidaturas, à semelhança de anos anteriores, devem ser entregues online, através do portal da Direção-Geral do Ensino Superior, devendo os candidatos autenticar-se com o cartão do cidadão.
Os resultados da primeira fase de candidaturas são divulgados a 10 de setembro, no portal da DGES, seguindo-se depois as segunda e terceira fases de acesso ao Superior.
Fonte: ZAP