Um novo estudo salienta o potencial da vitamina D no tratamento da covid-19. Praticamente todos os pacientes que receberam medicação com esta vitamina não foram hospitalizados nos cuidados intensivos.
Uma equipa de investigadores do Hospital Universitário Reina Sofía, em Córdoba, Espanha, dividiu em dois grupos 76 pacientes de covid-19. Enquanto um grupo recebeu um habitual cocktail de antibióticos e medicamento imunosupressores, o outro recebeu o mesmo, mas com uma pequena nuance adicional: um medicamento para aumentar os níveis de vitamina D no sangue.
No primeiro grupo, metade dos 26 pacientes acabou internado nos cuidados intensivos, sendo que dois deles acabaram por morrer. Em contrapartida, apenas um dos 50 pacientes do outro grupo foi para os cuidados intensivos. Nenhum morreu, escreve o portal Elemental.
“A vitamina D oferece suporte a uma gama de respostas imunológicas antivirais inatas ao mesmo tempo que diminui as respostas inflamatórias potencialmente prejudiciais”, explica Adrian Martineau, professor infeção respiratória e imunidade na Queen Mary University of London.
Martineau não esteve envolvido no estudo publicado este mês na revista científica The Journal of Steroid Biochemistry and Molecular Biology. No entanto, é autor de vários estudos anteriores que defendem o uso da vitamina D no tratamento de infeções virais.
No início da pandemia, outros estudos já tinham identificado uma associação entre baixos níveis de vitamina D e um maior risco de infeção pelo novo coronavírus.
As razões pelas quais a vitamina D pode ser tão benéfica são numerosas. Petre Cristian Ilie, investigador do Hospital Queen Elizabeth, no Reino Unido, diz que “a deficiência de vitamina D prejudica a capacidade de maturação dos macrófagos”. Além disso, Ilie diz que a vitamina D pode aumentar os níveis de certas enzimas celulares que ajudam a repelir o coronavírus.
“A evidência de que os baixos níveis de vitamina D são um fator de risco para a forma mais grave [de Covid-19] não é definitiva, mas muitas linhas de investigação sugerem que isso é provável”, acrescenta Ilie.
Nem todos estão tão otimistas em relação ao potencial da vitamina D, ou pelo menos, alguns especialistas ainda têm as suas reservas. Isto porque alguns estudos não encontraram associações entre baixos níveis de vitamina D e um maior risco de infeção pelo novo coronavírus.