A Câmara de Vizela vai distribuir 10 mil bandeiras do município pela população para “recuperar o orgulho no concelho”, a poucos dias do seu 20.º aniversário, disse hoje à Lusa o presidente, Vítor Hugo Salgado.
“A bandeira é o grande símbolo do concelho de Vizela, que demonstra que valeu a pena a luta de várias gerações, que permitiu a sua autonomia e o desenvolvimento”, comentou Vítor Hugo Salgado.
Sublinhou também que se pretende assinalar em Vizela “aquilo que foi a essência da luta e que permitiu a sua autonomia”.
O programa de comemoração dos 20 anos do concelho foi hoje apresentado, numa cervejaria do centro da cidade, sessão à qual assistiram alguns cidadãos que participaram ativamente no processo de restauração do concelho. Nas mesas do estabelecimento já se via muitas bandeiras azul e amarelas do concelho, como que anunciando o que vai acontecer nos próximos dias.
Na altura, foi exibido um vídeo com imagens de arquivo da festa que se viveu entre a população, em Lisboa e em Vizela, quando o parlamento aprovou a criação do novo concelho.
O presidente espera agora que a população recrie o ambiente festivo e de orgulho na terra que se viveu com criação do concelho, em março de 1998, quando nas fachadas dos edifícios se observava centenas de bandeiras do novo concelho.
É esse orgulho que Vitor Hugo Salgado quer recuperar, nomeadamente também junto das gerações mais novas que não viveram aqueles momentos históricos.
“Ao longo dos últimos anos, o orgulho foi-se afastando, porque os últimos anos não corresponderam àquilo que acho que é dar jus à nossa luta autonómica”, comentou o autarca.
O concelho de Vizela, no distrito de Braga, tem cerca de 12.700 habitantes. Foi criado em maio de 1361 e extinto em fevereiro de 1408. A 19 de março de 1998, o município foi restaurado, por desmembramento de cinco freguesias de Guimarães, uma de Lousada e uma de Felgueiras.
Vitor Hugo Salgado foi eleito em outubro com maioria absoluta, à frente de uma lista independente.
No mandato anterior tinha sido vice-presidente do socialista Virgílio Costa, com o qual se incompatibilizou politicamente, acabando por avançar com uma candidatura independente.
“Houve uma alteração substancial no quadrante político na nossa terra. Os vizelenses optaram por uma alternativa ao Partido Socialista, que teve uma das maiores derrotas de sempre, porque sentiram que o concelho não estava no rumo certo”, anotou, nas declarações à Lusa.
Nas próximas semanas haverá várias atividades para assinalar o aniversário do concelho, destacando-se um debate destinado a fazer um balanço dos 20 anos de autonomia administrativa e projetar o futuro.