O presidente do PSD avisou os eleitores que se votarem PS estão a legitimar a governação socialista em todas as dimensões.
“Estão a dizer que o Governo está bem a fazer despachos a nomear a família para aqui e para acolá, de forma cruzada. Eu nomeio para aqui, tu nomeias para ali. Está a dizer que não tem muito relevo. Estão a dizer: continuem porque têm aqui a minha confiança”.
De Rio não se ouviu mais sobre as nomeações familiares. Isso ficaria para Paulo Rangel. O cabeça de lista do PSD às Europeias disse que discordava do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que a lei devia ser alterada para clarificar a nomeação de familiares na administração central. Paulo Rangel defende que “não é preciso lei porque não há nenhuma razão para a ética não chegar. A ética tem de chegar“.
Rangel questionou: “Será que um ministro, um secretário de Estado, precisa de uma lei para saber que não deve nomear a mulher, o marido, o filho, a filha, o sobrinho, a nora, o genro?”. E acrescentou: “Só a sogra é que parece que não nomeiam“.
Para o eurodeputado não é “necessário aprovar uma lei para aplicar bom-senso”, sugere a António Costa que releia alguns “clássicos”. “O primeiro-ministro devia ler a obra Germânia, de Tácito, que dizia a propósito dos germanos, algo essencial: ‘E aí podiam mais os bons costumes do que as boas leis’“.
Rui Rio apresentou as razões para que os eleitores não votem no PS. O presidente do PSD colocou a bola no lado dos portugueses, ao dizer que se votarem nos socialistas estão a legitimar “uma política económica que é de distribuição e não olha para o futuro”, a ideia de que “não é preciso fazer nada nos Serviços Públicos“e que se pode criar um “passe social mais barato” nos grandes centros urbanos esquecendo o resto do país.
Este “marcar a diferença” na política nacional é uma das três frentes de batalha que Rui Rio elege. As outras duas são o combate à abstenção e a política europeia.
“O primeiro objetivo é baixar a abstenção. Se convencermos as pessoas a ir votar, depois vai também a família. O pai também vai, vai a filha, vai a mulher”, afirmou o presidente do PSD. Depois, concretiza, só falta um passo: “Convencê-los a votar no PSD”.
Rui Rio vê três grandes razões para os eleitores votarem no partido: porque a Europa “é cada vez mais importante” no quotidiano dos cidadãos, a defesa da “reforma da União Económica e Monetária” e “a luta contra os nacionalismos e o populismos”.
Além disso, regista que o PSD “não é de direita e não é ponte para extrema-direita”, mas “o PS é de esquerda e é ponte para a extrema-esquerda”. O presidente do PSD afirmou que votar nos sociais democratas nas europeias dá garantia de moderação e perda de influência da extrema direita, enquanto que votar no PS não dá garantia de perda de influência da extrema esquerda.
Rui Rio acusou o PS de fazer da lista às Europeias um repositório de ministros, dizendo que “nos primeiros nove da lista, sete são ex-governantes de Sócrates ou de Costa“
Paulo Rangel, o eurodeputado considera uma “queixa infantil e falsa” a acusação do PS de que “o PSD não tem propostas para a Europa”. O cabeça de lista do PSD elogiou Francisco Assis, afastado das listas por Costa, dizendo que segue “com atenção as pessoas que falam, escrevem e têm visão para a Europa“.
Rangel rebateu as acusações de eleitoralismo dos socialistas, lembrando que foi o PS que colocou o temas das relações familiares na ordem do dia a dois meses das eleições. O PSD ainda não tinha manifesto eleitoral para que as propostas não caiam no esquecimento perto das eleições, como aconteceu com as do PS.
Paulo Rangel avançou com “bandeiras” a que também chamou propostas-alavanca e que passam por uma estratégia comum para a natalidade, que possa vir a ser uma Política Comum para a Natalidade, já que o envelhecimento da população é um problema europeu;
um programa europeu de combate ao cancro; criar uma Força Europeia de Proteção Civil; e criar um Programa Europeu de Voluntariado.
Fonte: ZAP