Alex Plavevski / EPA
O isolamento social durante uma pandemia, como é o caso da covid-19, que já fez mais de 48.000 vítimas mortais por tudo o mundo, pode revelar-se melhor para a economia a longo prazo, revelou uma nova investigação.
Apesar de ser extremamente importante para conter uma epidemia de escala global, o isolamento social implica, por norma, graves problemas económicos – quanto mais tempo as pessoas estiverem em casa, mais a economia de um determinado país tenderá a desacelerar, podendo esta culminar em despedimentos.
Agora, um novo estudo, levado a cabo pelos economistas Sergio Correia, Stephan Luck e Emil Verner, apresenta uma conclusão diferente daquele que é o pensamento mais comum: a longo prazo, o isolamento social pode revelar-se melhor para a economia.
Para chegar a esta conclusão, explica o portal Vox, os especialistas analisaram a pandemia de gripe entre 1918 e 1920 nos Estados Unidos, comparando as cidades que durante este período adotaram períodos de isolamento social e em que momento é que estas medidas foram tomadas – se mais cedo ou se mais tarde.
Os especialistas perceberam que as cidade que adotaram medidas de isolamento e paralisaram as suas atividades mais cedo não tiveram um desempenho pior e até foram capazes de recuperar mais rapidamente no pós-pandemia.
Estas cidades registaram taxas de mortalidade mais baixas e recuperaram mais rapidamente a sua economia e emprego do período de gripe, que infetou 500 milhões de pessoas e matou 50 milhões em todo o mundo.
Em teoria, explicam os cientistas, as medidas de isolamento social – quarentena, encerramento de escolas e/ ou empresas -, podem inicialmente provocar uma queda direta nas atividades económicas, uma vez que paralisam as indústrias e as empresas.
Mas, de forma indireta, podem também aumentar a atividade da economia ao prevenir mortes em larga escala, algo que tem também um impacto negativo na economia.
Sintetizando: De acordo com os cientistas, e ao mesmo tempo que salva vidas, o isolamento pode também ajudar a amenizar os problemas económicos a longo prazo.
“Descobrimos que as cidades que intervieram mais cedo e de forma mais agressiva não apresentam desempenho pior e cresceram mais rapidamente após o término da pandemia”, escreveram os cientistas no estudo que carece ainda de revisão dos pares.
O artigo, sob o título “As pandemias deprimem a economia, as intervenções de saúde pública não: evidências de gripe de 1918”, está disponível em pré-visualização.