A TAP vai ser o próximo grande problema do Governo de António Costa. A ideia é reforçada por Manuela Moura Guedes numa altura em que a companhia de aviação se prepara para apresentar prejuízos que podem ultrapassar os 100 milhões de euros.
“A TAP vai dar prejuízo e é uma espécie de Novo Banco“, salientou Manuela Moura Guedes no seu habitual espaço de comentário na SIC, comparando a situação da transportadora aérea nacional com o caso da entidade financeira que pediu, recentemente, uma injecção de mais 1,15 mil milhões de euros.
“Se houver falta de dinheiro da TAP, é o Estado a pôr e começa a haver prejuízos”, atesta a comentadora da SIC numa altura em que o Conselho de Administração da empresa se prepara para aprovar os resultados de 2018 em reunião, nesta quinta-feira, 21 de Março.
O Eco já antecipou que os prejuízos vão ser “superiores a 100 milhões de euros”, citando “fontes oficiosas” da companhia de aviação.
A confirmarem-se estes valores contrastam com os lucros de 21,2 milhões de euros apresentados pela TAP em 2017, durante a gestão de Fernando Pinto.
Os previsíveis prejuízos constituem uma derrota pessoal para António Costa que apostou na reversão da privatização da TAP, recuperando para o Estado o controlo de 50% da empresa.
Apesar de deter metade da companhia, o Estado não tem administradores executivos na TAP, sendo representado por Diogo Lacerda Machado, o advogado amigo de Costa que é administrador não executivo.
A nomeação de Lacerda Machado esteve envolvida em polémica, suscitando muitas críticas a Costa, fruto das relações de amizade que mantém há vários anos com o advogado.
Os resultados negativos constituem, por todos estes factores, um embaraço para Costa e também para o ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, que saiu do Governo para ser o cabeça-de-lista do PS às eleições europeias – os prejuízos da TAP não ficam bem como cartão de visita para quem vai a votos.
Em ano de eleições, a TAP pode vir a ser uma grande dor de cabeça para o Governo socialista. Para o presidente executivo da empresa, Antonoaldo Neves, esta foi a pior forma de começar a sua gestão na empresa.
Além dos 50% detidos pelo Estado, os trabalhadores são accionistas de 5% da empresa, estando os restantes 45% nas mãos de privados, designadamente dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa.
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Fonte: ZAP