Alberto S. Santos apresenta seu livro ‘Amantes de Buenos Aires’em Penafiel

Alberto S. Santos apresentou seu livro ‘Amantes de Buenos Aires’ em Irivo, Penafiel, neste sábado (29). O escritor conversou com os presentes e expôs suas motivações para o lançamento esta obra, que aborda entre temáticas profundas a exaltação do amor.

Alberto declarou que com grande satisfação aceitou o convite para conversar com os presentes sobre a sua obra: “Gratidão pelo convite do meu amigo e vizinho José Miguel Fernandes para voltar a apresentar as minhas histórias na bela freguesia de Irivo”.

Durante a conversa, o escritor revelou detalhes sobre todo o seu processo criativo, desde a pesquisa à interação com os descendentes de Elisa e Marcela, e as muitas horas de horas de trabalho que culminaram na obra completa.

O livro, lançado em maio pela Porto Editora, é um romance intenso que se inspira na história real de Elisa e Marcela, duas mulheres apaixonadas que se casaram no altar, um século antes da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em junho, inspirada pela mesma história, a Netflix lançou ‘Elisa e Marcela’.

A inspiração do escritor parte deste caso verídico, que é a base para criar uma saga na qual se cruzam várias gerações de mulheres de forte personalidade, que lutam pela verdade do passado que as une. Numa vertiginosa viagem de cem anos, o leitor assiste ao nascimento do tango em Buenos Aires e e transporta o leitor até o Porto, a cidade que se uniu para acolher este amor clandestino.

O escritor conta qual a mensagem central de ‘Amantes de Buenos Aires’: “A mensagem é o amor e o que as pessoas, independente do sexo, podem fazer por ele. A história exalta a importância do amor. Romances com tragédias, com dificuldade são mais apelativos. O facto é que esta história tomou conta de mim e eu senti que tinha essa missão, de escrevê-la. Eu não escolhi a história, ela me escolheu”, referiu Alberto Santos durante o evento.

Alberto contou também quais são as principais diferenças entre o seu livro e o filme da Netflix: “Eu quis fazer uma saga familiar, então busquei a bisneta dela, pois elas tiveram uma filha. O filme da Netflix diz que a filha foi abandonada, mas a verdade é que não foi. Fizemos uma pesquisa a fundo, a unir gerações, e contar a história à partir de diversos panoramas. O filme fala pouco do Porto, mas a cidade do Porto foi uma peça muito importante da história de Elisa e Marcela. A cronologia no filme não corresponde à realidade. O livro também permite uma viagem muito maior e aprofundada, que pelas limitações do formato dos filmes não é possível”.

Com base na trajetória de Marcela e Elisa, o livro aborda também uma profunda análise questões do inconsciente coletivo, psicologia analítica jungiana e defende o amor e o afeto acima dos preconceitos e julgamentos da sociedade: “Quanto ao ‘menino’ Milena, a questão central está em saber se é justo e acertado proceder à mudança de identidade aos 9 anos, ou se se deveria fazer um acompanhamento psicológico até uma idade em que a personalidade estivesse já mais formada e esclarecida”.