José Sena Goulão / Lusa
O governador do banco de Portugal, Carlos Costa
O Banco de Portugal tem estado em mudanças. Além das institucionais, com o fim do segundo mandato de Carlos Costa no próximo ano, há também mudanças físicas: haverá um novo edifício para a concentração dos atuais serviços dispersos pela capital.
Mas para já, e antes de qualquer decisão, o Expresso dá conta de que já houve custos com mudanças internas.
Este mês termina o contrato que, desde 16 de julho do ano passado, une o BdP à JSMC – Serviços e Mudanças, que é automaticamente renovado por períodos de um ano até ao limite de três, de acordo com o documento publicado no portal Base. O objeto é a “prestação de serviços de transportes e mudanças, compreendendo o fornecimento de mão-de-obra, de viaturas, de equipamento de carga e outros meios auxiliares que se revelem necessários”.
O BdP comprometeu-se a pagar um preço máximo de 437 mil euros, a que acresce ainda o IVA (a 23%, o preço sobe a 538 mil euros). A JSMC respondeu ao anúncio e venceu as concorrentes Urbanos Soluções e Citymover, adianta o semanário.
Questionado sobre os pormenores deste contrato, o supervisor nada quis dizer de específico. “O Banco de Portugal contratou uma prestação de serviços para operações de transporte e mudanças entre e dentro dos seus edifícios localizados no Distrito de Lisboa”, referiu apenas.
É verdade que, em Lisboa, a autoridade da banca está dispersa em vários edifícios, mas não é especificado que mudanças foram feitas. Ainda assim, a grande alteração está ainda para acontecer: o Banco de Portugal quer concentrar as suas localizações em Lisboa.
Para isso, no ano passado, comprou um terreno nas Laranjeiras, a Quinta da Bensaúde. O problema é que ainda não é certo que seja nesta localização que se irá levantar o novo edifício que concentrará todos os departamentos, à exceção do edifício na Rua do Comércio, que continuará na Baixa de Lisboa, funcionando também aí o Museu do Dinheiro.
“A decisão relativamente à localização e futura construção do novo edifício de escritórios ainda não está fechada, estando o Banco de Portugal em diálogo com a Câmara Municipal de Lisboa e outras estruturas do Estado, tendente a equacionar todas as alternativas possíveis e a chegar a uma solução definitiva que seja a melhor para o Banco de Portugal e para a cidade”, assume o supervisor no relatório e contas relativo a 2018.
Acontece que, no final de junho, o Expresso noticiou que o Banco de Portugal é um dos interessados no terreno da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito das mudanças de instalações que estão a ser pensadas na instituição de ensino.
Nada está decidido, tem vindo a sublinhar o supervisor. Certo é que, para o BdP, “a concentração de serviços permitirá obter poupanças significativas nos custos de exploração, manutenção e segurança dos edifícios, para além de induzir ganhos de eficiência e de produtividade muito expressivos”.
“A construção de um novo edifício é uma oportunidade para desenvolver soluções de gestão de espaços mais sustentáveis e amigas do ambiente, e para aproveitar os benefícios das novas tecnologias aplicadas aos novos conceitos de workplace“, continua a explicação do supervisor.
Fonte: ZAP