Com a falência deste banco do GES, cuja sede era na Suíça, a Swiss Life, seguradora do Luxemburgo com a qual foram feitos os seguros de vida, reclama ao BPES uma indemnização de quase 164,7 milhões de euros.
A revelação deste património avultado em seguros de vida consta na reclamação de créditos apresentada pela Swiss Life no processo de insolvência do BPES – Sucursal em Portugal.
A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã. De acordo com o jornal, nos autos deste processo de falência constam os contratos de seguros de vida e em nenhum deles é identificado o titular desse património.
“A 30 de junho de 2014, a Reclamante tinha em depósito nas contas abertas junto do BPES (incluindo a sua sucursal em Portugal) dinheiro e valores mobiliários no montante global de 195,43 milhões de euros, dos quais 134,5 milhões de euros consistiam em ativos não relacionados com o GES e 60,89 milhões de euros em ativos relacionados com o GES”, pode ler-se na reclamação da Swiss Life.
A seguradora diz que a partir de junho de 2011, quando Portugal estava em plena crise financeira, “celebrou um conjunto de contratos de seguro de vida, nos termos dos quais cada tomador de seguro entregava à reclamante um prémio (composto por dinheiro ou por valores mobiliários) com o qual a Reclamante criava um ou mais fundos dedicados, ficando a reclamante obrigada a pagar ao(s) beneficiário(s) do seguro o valor desses fundos dedicados em caso de morte da pessoa segura”
Após a falência, o BPES devolveu à Swiss Life algum património.
Investigação com 35 arguidos
A investigação ao chamado Universo Grupo Espírito Santo (GES) já tem um total de 253 inquéritos. Segundo um despacho de Amadeu Guerra, diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “além do inquérito principal, existem mais 252 inquéritos apensos.”
O processo tem 35 arguidos, incluindo Ricardo Salgado. O despacho deixa claro que “o presente inquérito é de especial complexidade, havendo necessidade de relacionar toda a documentação apreendida que se encontra coligida em vários suportes.”
Trata-se de informações contabilísticas, documentos bancários, correio eletrónico, escutas telefónicas, contratos de instrumentos de dívida e de financiamentos, venda de dívida emitida pelo BES para liquidez de sociedades do GES. O DCIAP já ouviu 178 pessoas, sete das quais através de cooperação judiciária internacional.
Faltam ainda ouvir 50 pessoas em Portugal e no estrangeiro. A investigação deverá estar concluída até março do próximo ano.
Fonte: ZAP