O Ministério Público (MP) acusou a filha de um ex-funcionário do conde de Castelo de Paiva por ter vendido os pertences da “Casa da Boavista” em Sobrado, aos quais o membro da nobreza havia legado os direitos e propriedades em seu testamento.
A acusação do MP visa que a mulher seja condenada a pagar 40 mil euros ao Estado por cometer o delito de abuso de confiança, como reportado pelo Jornal de Notícias.
O terceiro conde de Castelo de Paiva redigiu um testamento em abril de 1996, onde estipulou que, após o seu falecimento, o usufruto vitalício de seus bens em Castelo de Paiva fosse transmitido ao seu funcionário, Viriato Almeida, conforme detalhado na denúncia.
Após o falecimento do funcionário, a posse dos bens passaria para as suas filhas, o que aconteceu em setembro de 2019.
O testamento também previa uma doação final dos bens ao município com o objetivo de estabelecer um museu. No entanto, mesmo estando ciente dessa disposição, a acusada levou os pertences para a sua residência e vendeu uma parte deles em troca de dinheiro, de acordo com o mesmo veículo de comunicação.
Além disso, a mulher também entrou em contato com um comerciante de antiguidades em Lisboa, solicitando que ele vendesse o acervo, chegando a deslocar-se até Castelo de Paiva para avaliá-lo.
Conforme a acusação do MP, a acusada também contatou outro comerciante de antiguidades e vendeu-lhe os itens que foram leiloados, enquanto o restante do acervo foi mantido na posse da herdeira.
Os dois ex-presidentes da Câmara de Castelo de Paiva, Paulo Teixeira e Gonçalo Rocha, estão listados como testemunhas convocadas pelo MP.