Bailes à Moda Antiga animaram o certame
Em tempo de estio em pleno Outono, a ADEP – Associação de Defesa do Património
Histórico e Cultural de Castelo de Paiva voltou a garantir no fim-de-semana a realização de
mais uma edição da Feira do Século XIX, uma iniciativa de referência, que voltou a merecer o
apoio da Câmara Municipal e a ter uma enorme adesão de visitantes no Parque das Tílias, em
Sobrado, procurando recriar um evento que, a nível concelhio, já é uma referência cultural e
etnográfica, envolvendo sempre associações locais e procurando mostrar, com algum rigor,
uma época através da representação de valores e tradições de outrora.
Em tempo de colheitas, junto ao edifício da antiga Casa do Povo, na zona da Frutuária, a
história repetiu-se e a realização continua a assumir as vertentes pedagógicas, cultural e social, sendo
recriado, através dos trajes, dos artesãos, dos comerciantes dos produtos agrícolas e animais
domésticos, da música tradicional, dos bailaricos e da representação teatral, e da animação de rua, em
síntese, do próprio ambiente vivido numa verdadeira feira de tempos já recuados.
Esta 24ª edição teve várias surpresas e novidades, desde logo o arraial nocturno na noite de
Sábado, com as barracas do vinho verde e da gastronomia tradicional, assim como a presença da
excelente Orquestra Típica de Vilar de Arca, que proporcionou um baile á moda antiga muito
participado.
No Domingo, durante a tarde, para além do grande destaque de novo Baile à Moda Antiga,
com a participação da Orquestra Tradicional de Nespereira, das Concertinas de Cucujães, e do desfile
do Rancho Folclórico de Alpendorada, os responsáveis da direcção da ADEP, liderada por Martinho
Rocha, percorreram o recinto do certame na entrega dos Certificados de Presença a todos os
participantes desta edição da feira.
O presidente da Câmara Municipal, José Rocha, e o vice-presidente José António Vilela,
passaram no certame e saudaram os expositores presentes, tendo ambos os autarcas enaltecido esta
iniciativa da ADEP, referindo a propósito que, “ ao tentar caracterizar-se algumas actividades que faziam
parte do quotidiano das pessoas da época, importa realçar estas acções culturais, gizadas para
recuperar velhos costumes e reconstruir cenários já há muito esquecidos, mas que nos identificam
como povo e fazem reviver o passado, permitindo respeitar as nossas verdadeiras origens e memórias,
merecendo, por isso, sempre o melhor apoio municipal, até porque, esta iniciativa já é uma referência
turística e cultural do concelho “.
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A comercialização de produtos agrícolas, a presença de diversos artífices, a venda do
artesanato regional e dos animais domésticos, a mostra dos utensílios agrícolas, as danças e costumes
de outrora, o vinho novo, a desfolhada, a gastronomia tradicional da época e os bailes à moda antiga
com Orquestras Típicas, foram argumentos de peso e de grande interesse deste certame que, continua
a ter boa adesão popular e impacto cultural, onde a animação e a componente etnográfica, com a
participação e envolvimento do folclore da região, grupos de tocadores de concertina e de cantares ao
desafio continuam a merecer particular destaque, atraindo milhares de visitantes, numa contagiante
alegria e entusiasmo que marca positivamente este evento anual.
Uma representação que se traduz num emblemático e cativante quadro pitoresco, da vivência
rural dos antepassados paivenses, destacando-se de novo, a presença de um grupo, trajado a rigor, de
antigos trabalhadores das Minas do Pejão, que demonstraram no espaço da feira como se fazia o
escoramento das galerias na mina, fazendo assim, recordar uma das actividades que outrora teve maior
peso na economia do concelho.
De realçar também, a presença na feira do conhecido ferreiro da Cêpa, e muita gente também
a ver a Atafona do Linho a moer numa demonstração protagonizada pelo Grupo do Linho de Real, entre
outros destaques, como as barracas de vinhos e petiscos, com destaque para a broa caseira cozida na
hora e bolos com carne, que fizeram a delícia dos visitantes.
O programa desta edição teve início com música tradicional de Nel Marçal, e Estátuas Vivas,
bem como os Cantares ao Desafio e uma arruada com o Grupo de Concertinas do Museu Regional de
Cucujães, seguindo-se na eira do parque, algumas danças e actividades etnográficas protagonizadas
pelo Rancho Folclórico de Alpendorada, com baile no terreiro com uma Orquestra Tradicional, para
além da representação do “ Conde de Castelo de Paiva a falar ao Povo “ no palco da feira, assim como a
visita a algumas das valências da ADEP, designadamente as Artes Gráficas, o museu “Primeiras Artes” e
a “Casa dos Engenhos”, que estiveram abertas ao público.
Em dia soalheiro, registou-se uma boa adesão de visitantes no cenário do Parque das Tílias,
acolhendo as tradições locais, os costumes de outrora, e potenciando muita animação de rua, também
atraídos pela oportunidade das compras de produtos agrícolas de boa qualidade, e pelos saborosos
petiscos regionais, pela gastronomia local e doçaria tradicional e também pelo excelente vinho doce da
ultima colheita.