A Comissão Política Distrital do PSD visitou esta segunda-feira o concelho de Castelo de
Paiva, no que foi acompanhada pelos deputados do partido eleitos pelo círculo de Aveiro e
pela concelhia paivense. O atraso da conclusão da variante à Estrada Nacional 222 (EN222)
e o drama laboral que pode resultar da indefinição quanto ao futuro do CACE (Centro de
Apoio à Criação de Empresas) estiveram no topo da agenda.
“O problema do país é ter um governo que não governa. Ou o estado vai pagar muito
dinheiro pelo arrendamento do espaço que acolhe provisoriamente os empresários, ou estes
podem cessar a atividade, o que nem quero imaginar, porque seria um drama incalculável” –
referiu Emídio Sousa no encerramento da visita ao que resta das instalações do CACE.
Um incêndio devastador, em julho de 2020, reduziu o edifício do CACE às paredes
exteriores, desalojando oito empresas, entretanto realojadas num pavilhão arrendado pelo
estado na Zona Industrial das Lavagueiras. Mas o contrato, não renovável, está a 18 meses
de expirar, o que deixa os autarcas locais preocupados, dada a indefinição sobre o que
acontecerá a seguir.
O presidente da Câmara, José Rocha, não esconde a preocupação, dando conta de
inúmeros contactos mantidos com as diversas entidades do estado envolvidas no processo,
de quem não tem obtido resposta. A autarquia, preocupada com o impedimento de dar
resposta às solicitações de terrenos para investimentos, propôs ao governo constituir uma
propriedade horizontal no espaço do pavilhão ardido e vender diretamente o terreno
existente nas traseiras, depois de loteado.
O coordenador dos deputados do PSD/Aveiro, Ricardo Sousa, admitiu a possibilidade de o
partido apresentar um projeto de resolução na Assembleia da República, que, no fundo, será
uma espécie de réplica da resolução do Conselho de Ministros logo após o incêndio de 2020,
na qual, entre outras coisas, se anunciava a reconstrução célere do pavilhão, mas que,
volvidos três anos, ainda não conheceu qualquer desenvolvimento. “O tempo urge e não é
possível esperar mais. Estamos muito preocupados com o fim do contrato de arrendamento,
que expira em 18 meses” – referiu, a propósito, o parlamentar social democrata.
O atraso na concretização dos nove quilómetros finais da variante à EN222, entre Pedorido e
Canedo, é outro motivo de preocupação. A esse respeito, Emídio Sousa recordou tratar-se
de promessa com 20 anos, para sublinhar que “o desenvolvimento de um território passa,
fundamentalmente, pelo emprego, que, neste caso, sai claramente prejudicado”.
“Cada ano que passa é mais um ano perdido” – lamentou o presidente da Distrital do PSD,
garantindo todo o apoio da estrutura e dos deputados no partido, nestes casos como em
outras angústias do concelho, à cabeça das quais o encerramento do SAP, também
abordadas ao longo desta iniciativa.
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