Há uma especulação de que ano que vem a tributação sobre os carros com maior emissão de poluentes, a diesel, seja alterada em Portugal, assim como em toda Europa. O tema está a ser amplamente debatido e preocupa quem pensa em investir em modelos a diesel, que podem tornar-se mais caros em um futuro próximo.
Recorde-se que em abril deste ano, o Parlamento Europeu aprovou, com 343 votos a favor, uma nova legislação que estabelece a redução das emissões de CO2 pelos estados-membros, que engloba os transportes, os resíduos, os edifícios e a agricultura. Assim, o Parlamento Europeu (PE) definiu metas para a redução das emissões de CO2 dos automóveis na UE até 2030 e uma quota de mercado para os veículos com emissões nulas e emissões baixas.
Embora não haja em vigor em Portugal, lei que obrigue a redução da fabricação de carros com mais emissão de poluentes, Inácio Bateira, proprietário da oficina Irmão Bateira de Castelo de Paiva, explica que a tendência é que haja redução no quantitativo de carros a diesel em Portugal: “ os carros nao são fabricados em Portugal, são apenas montados aqui. A lei aprovada pelos eurodeputados estipula que, os carros construídos em sua “casa mãe”, nos países aonde estão os construtores, tem obrigação de seguir as normas ambientais da União Europeia. Mesmo que não haja esta lei específica em Portugal, como não temos construtores, os carros que vem de Alemanha, França, Itália e demais países membros da UE terão de adaptar-se à lei, e assim, teremos por consequência mais carros a gasolina em Portugal”.
Inácio comenta que uma das particularidades é que todos os carros a partir de janeiro de 2015 estão obrigados de ter um aditivo que diminui a emissão de poluentes, e que está é uma das normas europeias já em vigor. Além disso, grandes construtores como Volvo, Porsche e Mercedes-Benz já declararam que não vão fabricar mais carros a diesel: “O que se especula é que quando estes construtores afirmam que não vão fabricar mais carros a diesel, é que haverá um cenário como o de 40 anos atrás, onde um ou dois construtores faziam carros a diesel e vendiam para os demais construtores, que passavam a comprar deles”.

O especialista também aponta que nos últimos 20 anos, houve uma evolução muito grande nos carros a diesel, dada as suas vantagens em performance, mas que o abismo entre os modelos a diesel e gasolina, em relação a consumo e desempenho, está cada vez menos: “nos últimos 20 anos, especialmente de 2010 para frente, com a questão ambiental, passamos a ter os carros a gasolina com mesma performance e consumo similar aos carros a diesel, mas com taxas de emissão de poluentes mais baixas que o mesmo”.
Inácio aponta que, na Espanha já existem muitos taxistas com carros híbridos, gasolina e elétrico, ou diesel e elétrico: “mas a questão é que os carros híbridos ou tem preço muito elevado, ou não são encontrados em construtoras da preferência do consumidor, ou ainda carecem de infraestrutura nas vias públicas. O carro elétrico ainda é muito caro e não deve atingir a comercialização em massa neste momento. Some-se a isso também as questões económicas relativas à exploração comercial do petróleo”.
Os carros elétricos esbarram não apenas na questão de preços e das construtoras, mas também que a Europa ainda não está preparada com tomadas eléctricas e infraestruturas de apoio suficientes para tornar o carro eléctrico uma opção mais viável, com autonomia de viagem comparável aos modelos a combustível.
O que pode vir a mudar na lei em Portugal ano que vem que pode beneficiar quem espera comprar um carro ano que vem? Inácio aconselha que espere a entrada do novo orçamento de estado, em janeiro de 2019: “antes de comprar um carro novo, aconselho que o cidadão espere a vigora das leis, e a a entrada do Novo Orçamento de Estado, em janeiro de 2019, para que possamos ter notícias se haverão efectivas mudanças. Ideal é esperar para trocar de carro”.