O lençol de gelo da Antártida pode deslizar para o oceano e inundar as cidades costeiras. No entanto, esta catástrofe pode ser evitada se os Governos investirem num projeto de engenharia para cobrir a superfície com “neve artificial”.
Os cientistas acreditam que o aquecimento global já provocou tanto derretimento no pólo sul que o gigantesco lenço de gelo da Antártida está em processo de desintegração, o que provocaria um eventual aumento global do nível da água do mar até três metros nos próximos séculos.
Mas uma equipa de cientistas do Potsdam Institute for Climate Impact Research, na Alemanha, acredita ter uma solução.
Os autores do mais recente estudo, publicado na Science Advances, propõem a utilização de 12 mil turbinas de vento para bombear água do mar a 1.500 metros de altura da superfície, local onde a água congelaria tornando-se numa espécie de neve que faria peso sobre a camada de gelo, impedindo assim que ela se dissolve-se ainda mais.
“Nós já acordamos o gigante do pólo sul”, começou por dizer Anders Levermann, professor e co-autor do artigo científico, citado pela Reuters, adiantando que estamos atualmente “num ponto sem retorno, se nada fizermos”.
Segundo o Straits Times, a quantidade necessária de neve para atingir os objetivos propostos seria de, pelo menos, 7,4 mil milhões de toneladas. Além disso, a operação teria obrigatoriamente de envolver centenas de canhões, alimentados por 12 mil turbinas eólicas, capazes de pulverizar água do mar numa área do tamanho da Costa Rica.
Este projeto ambicioso necessitaria de vários talentos da engenharia. Contudo, poderia também representar um risco ambiental significativo para uma das últimas áreas primitivas do planeta.
Citado pelo RT, Levermann admite que, se o projeto for realizado, terá “efeitos terríveis” na Antártida, mas insiste que impedir o aumento global do nível do mar é uma “compensação desejável”.