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Home Ciência

Novas evidências contrariam teoria do colapso da civilização da Ilha de Páscoa

Redação Por Redação
20 de Agosto de 2018
Reading Time: 5 mins read
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Novas evidências contrariam teoria do colapso da civilização da Ilha de Páscoa
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MastaBaba / Flickr

A povoação indígena da Ilha de Páscoa, os Rapa Nui, colapsou no século XVII, quando o povo esgotou os recursos naturais da ilha – ou, pelo menos, é o que aponta a principal teoria. Uma análise das ferramentas utilizadas pelos Rapa Nui para construir os icónicos moais sugere uma conclusão muito diferente.

O novo estudo, publicado na semana passada no Journal of Pacific Archaeology aponta que os Rapa Nui eram uma sociedade altamente organizada e coesa, deitando por terra as teorias mais aceites que acreditam que a civilização acabou por colapsar por falta de recursos.

Segundo Laure Dussubieux, antropóloga e investigadora do Museu Field de História Natural de Chicago, nos EUA, e autora da pesquisa, a grande descoberta revela que a sociedade dos construtores dos míticos moais era bastante complexa, havendo muita interação e troca de informação entre os seus habitantes.

No entanto, para compreender todo o cenário é necessário recuar um pouco no tempo. Os míticos moais – que são cerca de 900 – foram construídos na Ilha de Páscoa, um dos lugares habitados mais remotos do mundo, a 3.7 mil quilómetros da costa do Chile, no Oceano Pacífico, nota a BBC.

Foi por volta do ano 1100 que os marinheiros polinésios descobriram o local, tornando-se o povo Rapa Nui. As gigantescas esculturas foram erguidas entre 1250 e 1500.

Até então, acreditava-se que a povoação tivesse sido destruída logo após a construção dos moais, como consequência direta de guerras e fome causadas pela exploração excessiva dos recursos naturais.

Contudo, e de acordo com o novo estudo, a história pode não ter sido bem assim. Os cientistas analisaram quimicamente as ferramentas utilização durante a construção das esculturas e descobriram que as relações dos Rapa Nui eram complexas, uma vez que encontraram evidências de partilha de informação e colaboração entre os habitantes da ilha chilena.

“A ideia de competição e colapso na Ilha de Páscoa pode ser exagerada”, afirma o principal autor da pesquisa, o antropólogo e arqueólogo Dale Simpson Jr., da Universidade de Queenslan, na Austrália.

“Para mim, a organização industrial das esculturas em pedra é uma evidência sólida de que havia cooperação entre famílias e grupos de artesãos”, sustentou.

De acordo com o investigador, para a construção dos moais foram utilizados materiais que não eram originários de determinada região da ilha. A diversificação dos materiais indica que houve trocas entres os diferentes grupos que habitavam a ilha. Além disso, os padrões de distribuição de alguns elementos mostram que havia uma organização hierárquica claramente definida.

Mais de 30 anos de pesquisa

O grupo que conduziu a investigação está há 35 anos a conduzir pesquisas na Ilha de Páscoa – só Simpson, já participou em 17 anos.

O cientista recorda ainda que a análise do tamanho e da quantidade dos moais também mostra que era necessária uma sociedade complexa para levar a cabo a construção. A maior parte dos quase 900 moais mede entre 4 a 6 metros de altura, e o seu peso médio é de 14 toneladas. O mais alto dos moais tem quase 10 metros e há ainda uma estátua inacabada que, caso tivesse sido concluída, teria cerca de 21 metros.

“Os antigos Rapa Nui tinham chefes, sacerdotes e organizavam-se em associações de profissionais que pescavam, cultivavam os terrenos e esculpiam”, explicou.

“Era necessário um certo nível de organização político-social, ou então não seria possível esculpir quase mil estátuas.”

O trabalho de Simpson, Dussubieux e da restante da equipa, consistiu em analisar detalhadamente 21 das cerca de 1,6 mil ferramentas de pedra – feitas basicamente a partir de basalto – recolhidas durante escavações arqueológicas na ilha.

Na essência do trabalho, estava a ideia de que o estudo destas ferramentas poderia revelar a forma como eram usadas e, consequentemente, como era a interação entre os escultores ancestrais. Além disso, as ferramentas traziam pistas de como funcionava a “indústria” Rapa Nui de produção de estátuas.

Dussubieux conta que foi possível descobrir a origem das matérias-primas utilizadas na fabricação dos artefactos. Com isso, foi possível compreender as relações entre as diferentes comunidades da ilha – as matérias-primas provinham de, pelo menos, três pedreiras de basalto distintas.

“Como todos usavam o mesmo tipo de pedra, fica claro que as comunidades tinham de colaborar. É por isso que foram bem-sucedidos: os Rapa Nui trabalhavam em juntos“, argumenta Simpson.

Segundo os cientistas, o estudo desmente a narrativa oficial que conta que os habitantes da Ilha de Páscoa acabaram por ficar sem recurso, acabando por entrar em colapso.

A civilização Rapa Nui já estava em decadência quando os europeus chegaram à ilha em 1722. Havia cerca de 2 mil a 3 mil pessoas a habitar a ilha. Quando a ilha foi anexada pelo Chile, em 1888, havia pouco mais de 100 descendentes de Rapa Nui a viver lá.

Outras teorias

Ao longo dos anos, as teorias sobre a mítica Ilha de Páscoa foram-se multiplicando. Não faltam teorias sobre o que seriam os moais, nem tão pouco para o que teria causado o desaparecimento dos Rapa Nui.

Quanto às estátuas, a explicação mais aceite é que as esculturas seriam monumentos em homenagem a líderes mortos. Porém, há quem veja nos moais uma espécie de reprodução da distribuição astronómica das estrelas ou até uma forma de pára-raios para as constantes tempestades que atingem a Ilha.

Em igual sentido, também já muito se falou e escreveu sobre o desaparecimento dos Rapa Nui. Em 2016, o biólogo espanhol Valentí Rull, autor do livro La Isla de Pascua: Una Visión Cientifica, publicou um estudo no qual propunha uma reavaliação holística sobre o que teria acontecido com esta sociedade.

O investigador espanhol levantou todas as hipóteses mais comummente aceites – desde do fim dos recursos da ilha, à dizimação por doenças europeias e tráfico de escravos até à devastação do ecossistema – e propôs que se desse uma resposta consistente como resultado da soma de todas estas teorias.

“As diferentes interpretações podem ser complementares, mas não excludentes. Na última década, houve um boom de novos estudos, que exigem que reconsideremos as questões climáticas, ecológicas e culturais que ali ocorreram”, defendeu o cientista.

Rapa Nui, a origem do nome

O governo chileno anunciou, no início deste mês, que deverá rebatizar a Ilha de Páscoa em referência ao passado ancestral do local. Assim, e seguindo uma proposta apresentada por parlamentares chilenos em 2016, a ilha deve passar a chamar-se Ilha Rapa Nui.

A mudança de nome, justifica o executivo do Chile, deve ocorrer porque o nome atual recorda um “passado de invasão, roubos, escravidão e o fim da cultura da ilha”.

Rapa Nui, significa “Ilha Grande” e era o nome ancestral do local. Ilha de Páscoa foi a denominação dada pelo explorador holandês Jakob Roggeveen (1659-1729), oficialmente o primeiro europeu a pisar na ilha – como o descobridor chegou num domingo de Páscoa, resolveu dar-lhe esse nome.

Tags: AntropologiaArqueologiaChileCiência & SaúdeDestaqueIlha de Páscoa
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