A análise de crânios de leões, lobos e hienas ajudou os cientistas a entender a forma como os cães pré-históricos caçavam as presas há 40 milhões de anos.
Um estudo, publicado a 11 de janeiro na revista Scientific Reports, revelou que a primeira espécie de cão – chamada Hesperocyon gregarius – atacava a sua presa da mesma forma que muitas espécies, incluindo raposas e coiotes, fazem atualmente.
As descobertas também mostram que as maiores espécies de cães – conhecidas como Epicyon haydeni – caçavam de maneira semelhante. Os animais – que viveram de 16 a sete milhões de anos atrás – poderiam crescer até o tamanho de um urso pardo.
Comparações de fósseis e animais modernos ajudaram a enteder os métodos de caça usados por membros pré-históricos de um grupo de mamíferos conhecidos como carnívoros. Estes incluem raposas modernas, lobos, pumas e leopardos.
Cientistas das Universidades de Edimburgo e Viena usaram os scans para criar modelos digitais das orelhas internas de 36 tipos de carnívoros, incluindo seis espécies extintas.
A equipa descobriu que o tamanho de três canais ósseos no ouvido interno – o órgão que controla o equilíbrio e a audição – mudou ao longo de milhões de anos, à medida que os animais adotaram diferentes estilos de caça.
Predadores mais rápidos, como os leões e os lobos, desenvolveram grandes canais auditivos que permitem manter a cabeça e a visão estáveis enquanto perseguem a presa com rapidez.
As descobertas revelam que a estrutura da orelha interna indica se uma espécie descende de animais semelhantes a cães ou se pertence a uma das quatro famílias de animais que se parecem com gatos. Um ângulo distinto entre duas partes do ouvido interno é muito maior em animais parecidos com cães.
Segundo a investigadora Julia Schwab, “o ouvido interno é o órgão mais interessante do corpo, pois oferece uma visão surpreendente dos animais antigos e de como viviam”. “O primeiro cão e o maior cão são espécimes muito interessantes para estudar, já que, no mundo de hoje, não há nada como eles”, acrescentou.