Habitantes do concelho de Castelo de Paiva e região estão preocupados. Segundo os mesmos, o crescente número de usuário de drogas, como consequência da disponibilidade e facilidade de se obter estupefacientes, com o aumento do tráfico, e a diminuição das intervenções de prevenção.
Segundo as denuncias destes moradores da freguesia de Sobrado e Bairros, há venda de drogas à beira da Escola Secundária, também próximo ao supermercado Lidl e no Centro da vila. O Jornal Paivense está a apurar estas informações.
Furtos e drogas
Segundo os moradores, o consumo de drogas está ligado aos crescentes casos de furtos no concelho de Castelo de Paiva, com os registados recentemente de furtos em residência e roubo de carros durante os festejos de São Lourenço.
Recorde-se que em 2016, militares do Núcleo de Investigação Criminal de Oliveira de Azeméis detiveram em Castelo de Paiva duas mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos de idade, por tráfico de estupefacientes. Logo, a situação não é novidade no concelho.
Já em Penafiel, concelho vizinho a Castelo de Paiva, a GNR deteve em abril deste ano um suspeito, de 25 anos, na sequência de uma investigação que durava há cerca de seis meses, por tráfico de drogas. O jovem utilizava estufas dotadas de sistema de ventilação e aquecimento para o cultivo da cannabis. O arguido, para além da venda do estupefaciente por ele produzido (folha de cannabis), ainda vendia haxixe e MDMA. Foram apreendidas 3.834 doses de resina de haxixe, 910 doses de liamba, 77 doses de MDMA, sete sementes de planta de cannabis, três estufas para o cultivo de cannabis, três balanças de precisão, três facas utilizadas no corte do estupefaciente, quatro telemóveis, um automóvel e 8.255 euros em dinheiro.
Tendência nacional
No entanto, o aumento do consumo de drogas não é uma tendência apenas local, mas nacional. Documentos apresentados esta quarta-feira no auditório Dr. Almeida Santos, na Assembleia da República pelos responsáveis do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) acrescentam que também nos jovens de 18 anos se está a registar um aumento do acesso a canábis, proporcionalmente à diminuição das intervenções de prevenção, nomeadamente nos meios escolares.
Ainda no capítulo dos hábitos relacionados com consumo de droga e toxicodependência também se registou um aumento de contraordenações: 12 232, ou seja mais 14% que em 2016. Este é o valor mais elevado desde 2001.