O Natal é, para a maioria das pessoas, uma das épocas festivas mais especiais do ano. No entanto, se por um lado desperta felicidade, por outro é também capaz de causar ódios de estimação – as (repetidas) músicas natalícias são exemplo disso mesmo.
A música de Natal é algo que se ama ou se odeia, não há margem para meios termos. Para as pessoas que trabalham em centros comerciais, por exemplo, a banda sonora natalícia pode mesmo revelar-se um problema de saúde.
A psicóloga Linda Blair vem agora confirmar isso mesmo: ouvir músicas de Natal de forma repetida pode ser mentalmente desgastante, diminuindo os níveis de concentração.
“As pessoas que trabalham em lojas durante o Natal precisam de desligar-se da música da época. Se não o fizerem, isso vai realmente impedi-las de se concentrarem noutra coisa qualquer”, explicou a clínica em declarações à Sky News.
“Basicamente, gastamos toda a nossa energia a tentar não ouvir o que estamos realmente a ouvir”, sustentou Linda Blair.
Inicialmente, as músicas de Natal podem desencadear sentimentos de nostalgia, colocando-os mais próximos desta época especial. No entanto – e já depois de estar a ouvir a All I Want For Christmas Is You pela 10.ª vez -, as pessoas podem desenvolver sentimentos de aborrecimento, tédio e até angústia. Estes sentimentos negativos resultam do “mero efeito de exposição”, disse a psicóloga Victoria Williamson à NBC.
Quando exposto de forma continuada a um certo tipo de música, o cérebro começa a ficar saturado, processando estas melodias como desagradáveis. E, face a isto, outros sentimentos negativos e tensões podem ser potenciadas.
Estratégia apetecível para aumentar o consumo
Talvez esta não seja uma grande descoberta para a maioria das pessoas. No entanto, para os vendedores, passar músicas de Natal é uma clara estratégia para apelar ao consumo. Estudos anteriores já revelaram que um equilíbrio entre cheiros e músicas festivas pode afetar positivamente o ambiente de compra, deixando os clientes felizes.
Um estudo publicado em 2005 demonstrou que quando a simetria perfeita entre a música e os aromas era atingido, esse ambiente encorajava os clientes a passar mais tempo no estacionamento, impulsionando consequentemente as vendas.
No entanto, ressaltou o professor de marketing Eric Spangenberg, há certos tipos de música que são mais eficazes do que outros.
O especialista, que estudou o efeito das músicas de Natal em ambientes de venda ao público, explicou à NBC que os ritmos lentos “atrapalham” os consumidores, fazendo com que estes fiquem mais tempo no interior das lojas. Em sentido oposto, as músicas de ritmo acelerado, tendem a apressar a saída dos clientes do espaço.