- Os portugueses preveem gastar, em média, 632€, mais 107€ em comparação com 2022.
- O custo da educação é considerado uma fonte de stress para 27% dos encarregados de educação: 32% no ensino privado vs 27% no ensino público.
- 55% dos encarregados de educação afirmam não ter poupanças destinadas a fins educativos, +16% face a 2022.
Num ano em que muitas famílias enfrentam dificuldades económicas, o início do ano letivo adivinha-se mais complicado, quando comparado com o ano passado. Os portugueses esperam gastar com o regresso às aulas em média, 632€ (+107€ face a 2022 – um agravamento de 20%), sendo que 95€, em média, se destinam à compra de material escolar essencial. Em roupa, mobiliário, telemóveis, tablets, computadores e meios de transporte de mobilidade suave como bicicletas e trotinetes, os gastos rondam, em média, 150€. Estes são alguns dos dados avançados pelo Observador Regresso às Aulas 2023, um estudo conduzido pelo Cetelem – marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, que também indica que os encarregados de educação cujos educandos frequentam o Ensino Superior (829€) e Ensino Secundário (626€) enfrentam um gasto médio mais elevado face aos restantes.
Custos com a educação são uma fonte de stress
Face ao aumento do custo de vida, os gastos com educação revelam-se uma fonte de stress para 27% dos encarregados de educação, sendo mais evidente entre os que têm educandos a frequentar o ensino privado (32%) que comparam com 27% face ao ensino público. Adicionalmente, 22% referem temer não conseguir financiar a educação.
Este ano apenas 36% dos encarregados de educação afirmam ter total capacidade para financiar a educação, um decréscimo de 15 pontos percentuais face a 2022. Já 5% dos encarregados de educação precisam de apoio para financiar a educação.
Em relação à sua situação financeira, cerca de 40% dos encarregados de educação avaliam-na como tendo piorado em 2023 (39%), um aumento de 20 pontos em comparação com o ano passado. Os encarregados de educação que consideram que a sua situação está igual face ao período homólogo é de 41%.
Os encarregados de educação cujos educandos frequentam o ensino público acreditam que a sua situação financeira é “pior” (32%) e “muito pior” (8%) de forma ligeiramente mais expressiva face ao ensino privado (28% e 6% respetivamente).
Mais de metade dos encarregados de educação não têm poupanças destinadas à educação
55% dos encarregados de educação revelam que não têm uma poupança destinada para fins educativos (+16pp. face a 2022), sendo que destes 33% tencionam constituir uma poupança no futuro e 22% não o preveem fazer. Já 17% dos encarregados de educação que têm uma poupança afirmam que não vão gastá-la neste regresso às aulas, enquanto 28% precisarão de fazê-lo.
A representação dos encarregados de educação que têm poupanças e irão utilizá-la no regresso às aulas é mais elevada no ensino privado (33%) face ao público (27%). Por outro lado, os encarregados de educação que não têm uma poupança, mas pretendem vir a constitui-la é mais elevada entre aqueles cujos educandos frequentam o ensino público (34%) face ao privado (27%).
A maioria dos encarregados de educação (96%) vão adotar medidas para tornar as compras do regresso às aulas menos dispendiosas, sendo que 69% tencionam cingir-se a comprar o que é necessário – um aumento de 10 pontos face a 2022.
Procurar mais promoções (62%), reutilizar material escolar (55%), optar por produtos mais baratos (41%), de marca branca (39%) e packs (19%) ou mesmo recorrer à compra de materiais em segunda mão (11%) são algumas das alternativas encontradas pelos portugueses para fazer face a esta situação.
A maioria destas alternativas são mais populares entre os encarregados de educação cujos educandos frequentam o ensino público, à exceção da compra de materiais usado, mais popular no ensino privado (14%).