Apesar de já terem havido ameaças, agora há mesmo um aviso. Três sindicatos do setor bancário vão avançar para a greve caso não haja uma mudança da posição assumida pelos bancos na reunião negocial que terá lugar esta quinta-feira.
Os sindicatos Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), de Bancários do Norte (SBN) e Independente da Banca (SIB) aprovaram, esta quarta-feira, uma paralisação e o recurso ao fundo de greve, que só avançará caso os bancos “se mantenham intransigentes”.
Em comunicado conjunto enviado à imprensa, as estruturas sindicais adiantam que “aprovaram, junto das respetivas direções, a realização de uma greve de trabalhadores bancários perante a recusa das instituições bancárias de aceitar as propostas de revisão do Acordo Coletivo de Trabalho [ACT]” que avançará “caso as instituições de crédito se mantenham intransigentes no processo negocial de revisão para 2019 do ACT do setor bancário”.
A aprovação da greve por parte dos três sindicatos implica ainda “o recurso ao fundo de greve, que será utilizado pela primeira vez desde 1989“, caso a paralisação avance.
Na referência ao ACT de 2019, os três sindicatos dizem que os bancos estão intransigentes “nomeadamente, no que se refere à atualização das retribuições e das pensões, com efeitos retroativos, pelo menos, a janeiro de 2018”. Os sindicatos defendem que apresentaram propostas “razoáveis e justas de atualização dos salários, pensões e demais cláusulas pecuniárias, às quais os bancos se opõem”.
O SNQTB, SBN e SIB afirmam ainda que as instituições de crédito se recusam “a dar início à reposição de direitos e garantias retirados aos bancários durante o período do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal [intervenção da ‘troika’]”.
“A data do protesto ainda não está definida“, referem as três estruturas representantes dos trabalhadores, acrescentando que se mantêm “disponíveis para negociar e esperam ainda obter avanços decisivos na reunião negocial de amanhã [quinta-feira], dia 25 de julho”. Os sindicatos assinalam também que o fundo de greve “tem como objetivo compensar os associados que aderirem a esta medida”.
No dia 18 de julho, os mesmos sindicatos já tinham avançado que iam promover uma manifestação em Lisboa, junto das sedes dos principais bancos, afirmando que estão a ser “empurrados para a greve”, segundo um comunicado.
De acordo com as estruturas, “entre 2010 (data da produção de efeitos das tabelas de salários e pensões em vigor) e 2018, os bancários (com exceção do BCP) apenas tiveram aumentos de 0,75%, em 2016, 2017 e 2018, ou seja, 2,25% no total, pelo que perderam 10,79%” de poder de compra face à inflação.
No caso do BCP, a recuperação foi zero, dado que “nem sequer esses aumentos tiveram”, segundo o comunicado. “Porém, as instituições de crédito, no ACT geral, decorrido todo este tempo de negociações, só admitem aumentos de 0,75% para 2019. E o BCP, até ao presente, 0% para 2018”, de acordo com a nota.
Fonte: ZAP