Cerca de 20 trabalhadores da corticeira Fernando Couto, em Paços de Brandão, Santa Maria da Feira, consideram que “a empresa está a ser enxovalhada injustamente”, depois das denúncias feitas por uma trabalhadora que diz ter sido “castigada” a carregar a mesma palete de rolhas de cortiça todos os dias.
As duas dezenas de funcionários da corticeira de Santa Maria da Feira manifestaram-se nesta quarta-feira de manhã, para darem o seu apoio à empresa que está a ser acusada de assédio moral a uma trabalhadora.
Esta funcionária, Cristina Tavares, ganhou em tribunal o direito a ser reintegrada na corticeira, depois de ter sido despedida por extinção do posto de trabalho.
Forçada a readmitir a funcionária, a empresa terá reagido à condenação colocando a trabalhadora a carregar e descarregar a mesma palete de rolhas de cortiça todos os dias, num local onde as temperaturas podem chegar aos 40 graus.
“Está a aprender”, realçam os seus colegas de trabalho na corticeira em declarações ao Jornal de Notícias (JN).
“A entidade patronal não merece isto”, diz também ao diário o porta-voz dos trabalhadores, Carlos Melo, lamentando que “estão a denegrir a imagem da empresa”.
“Estou na empresa há 40 anos” e “nunca tive problemas”, sustenta outra funcionária, Maria Bastos, também em declarações ao JN.
“Somos bem tratados”, acrescenta Carlos Melo, acusando Cristina Tavares de ser “uma pessoa conflituosa“.
“A empresa está a ser enxovalhada injustamente”, realça ainda, frisando que os trabalhadores não estão proibidos de falar com a colega. “Nós é que não queremos falar com ela”, diz.
Sobre a casa de banho que é usada exclusivamente por Cristina Tavares, como parte do alegado “castigo”, e que não terá condições de privacidade, o porta-voz dos trabalhadores acrescenta que foi usada por todos os funcionários durante muitos anos.
Fontes da empresa já desmentiram as alegações da trabalhadora, anunciando que o caso está entregue ao departamento jurídico.
Fonte: ZAP