O petróleo West Texas Intermediate (WTI), medido pela negociação de contratos de entrega futura (em Maio), atingiu 0,96 dólares por barril à 19h08 da tarde (de Lisboa) desta segunda-feira, resultado de uma queda de 95%. É a primeira vez, desde que o contrato de entrega futura WTI foi criado, em 1883, que um valor tão baixo foi atingido.
Ainda há quatro horas, a desvalorização era de 36,7%, nos 11,55 dólares na praça de Nova Iorque, atingindo níveis que já não se viam desde 1999. Agora o petróleo dos EUA teve descida de mais de 100% e está a ser negociado a valores negativos: 107% de descida e o preço é – US$ 1,43.
O Financial Times explica que parte da queda tão abrupta dos preços do WTI desta tarde prende-se com aspectos técnicos, também decorrentes do excesso de stocks no mercado norte-americano, a braços com uma crise económica que levou à inscrição de 22 milhões de novos desempregados num mês. O que está em causa são contratos de entrega futura de petróleo, com data de Maio, cuja negociação expira na quinta-feira – com a dimuição da procura em cima de um prazo tão curto, o preço só tem uma direcção, que é a da descida a pique.
Apesar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus principais aliados, como a Rússia, terem acordado na passada semana um corte nunca visto na produção mundial, de 9,7 milhões de barris por dia, a medida não foi suficiente para travar a queda da matéria-prima nos mercados internacionais.
Além do Fundo Monetário Internacional ter estimado que haja uma contracção da economia mundial de 3% em 2020, pior do que a de 0,1% no pico da crise financeira de 2009, a Agência Internacional de Energia (IEA na sigla inglesa) já veio confirmar um cenário mais adverso para o sector.