Alex Edelman / EPA
Marcelo Rebelo de Sousa visitou na quarta-feira a Casa Branca, onde teve um “encontro caloroso” com o seu homólogo Donald Trump. No encontro ficaram desde logo claras as convergências e divergências de ambos, especialmente quanto à política de imigração. E até Cristiano Ronaldo foi motivo de conversa.
Marcelo garantiu logo após o encontro “que não houve nada, mas verdadeiramente nada, de relevante naquilo que era convergente ou divergente que não tivesse sido tratado“, disse declarações aos jornalistas na Embaixada de Portugal em Washington.
Segundo o chefe de Estado, houve por parte de ambos “disponibilidade não apenas para falar, mas para ouvir”. E, “o mesmo calor que houve na parte afirmativa de convergência, houve na parte de existência de divergências”, sendo a política de imigração “uma das áreas de divergência”.
“Sempre que eu tenho oportunidade de explicar por que é que Portugal acolhe imigrantes, explico. E aproveito para fazer pedagogia, para explicar como é a realidade portuguesa”, vincou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “nenhum encontro é exceção a esta prática que eu adoto sempre”.
Questionado sobre se falou com Donald Trump especificamente sobre a situação na fronteira dos Estados Unidos com o México e do que isso representa em termos de Direitos Humanos, o Presidente da República não quis “entrar em pormenor“.
Horas depois de ter sido anunciado que Trump se iria encontrar com Putin, Marcelo acabou por dizer que também se tinha encontrado com o líder russo na semana passada. Acrescentando ainda ainda, que caso Trump decidisse ir à Rússia, deveria assistir a um jogo da seleção portuguesa, onde joga o melhor jogador de futebol do mundo.
Trump aproveitou o momento para quebrar o gelo e atirou: “E o Cristiano pode candidatar-se contra si?“. O Presidente da República – que nos primeiros minutos parecia estar pouco à vontade – não resistiu e respondeu a Trump sem hesitar: “Não venceria. Portugal não é os EUA, é um pouco diferente“.
Marcelo aproveitou ainda o encontro, que demorou cerca de meia hora, para congratular o encontro que o presidente dos EUA terá com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. “São boas notícias”, disse.
Ao contrário do que já aconteceu com outros chefes de Estado – como Emmanuel Macron, Vladimir Putin ou Angela Merkel -, desta vez, foi mesmo o Chefe de Estado português que apanhou Donald Trump desprevenido, antecipando-lhe o aperto de mão.
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Estes cumprimentos, já considerados célebres, costumam ser protagonizados pelo Presidente norte-americano, que costuma conduzir o cumprimento. Em 2017, quando encontrou o Presidente francês, Macron, apertou-lhe a mão sem que este se apercebesse, durante cerca de 30 segundos. O cumprimento parecia não ter fim.
Ainda no dia de ontem, o Presidente norte-americano aproveitou o Twitter para se congratular com a presença de Marcelo na Casa Branca. “Foi uma grande honra”, escreveu. Já Marcelo Rebelo de Sousa considerou que esta reunião na Casa Branca foi “um encontro que atingiu os objetivos pretendidos”.
Para a visita, Marcelo levou na bagagem uns brincos de filigrana de Viana do Castelo para oferecer a Melania e uma “lição” de diplomacia para Trump.
Fonte: ZAP