Uma análise da Inspeção Geral das Finanças à Parvalorem revela que há dois antigos diretores do BPN que recebem mensalmente um salário superior ao do Presidente da República.
O relatório final da auditoria realizada pela Inspeção Geral das Finanças à Parvalorem, o veículo público que gere cerca de três mil milhões de euros de ativos tóxicos do antigo Banco Português de Negócios (BPN), foi entregue à Assembleia da República na semana passada.
A Inspeção Geral das Finanças encontrou um padrão com várias falhas. Uma dessas falhas, avança o Público, prende-se com a tabela salarial que vigora na empresa, na qual existem duas pessoas com vencimentos que rondam os 12.600 euros, salário superior aos 8.375 euros que ganha o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na empresa, há dois diretores com vencimentos em torno dos 12.600 euros. Armando Pinto, diretor de assuntos jurídicos do BPN entre 1989 e 2002 e da equipa de gestão de Oliveira Costa entre 2003 a 2008, que na Parvalorem exerce o cargo de diretor dos assuntos jurídicos, e Carlos Venda, também do grupo de Oliveira Costa.
No entanto, destacam-se ainda os 13 quadros com remunerações entre cinco mil e dez mil euros, acima do que recebe António Costa (4900 euros).
A investigação alerta ainda para falhas na “análise da carteira de crédito e dos perdões de dívida”, sublinhando o facto de a empresa ter aceite receber imóveis para anular dívidas de clientes de montantes superiores.
Ainda este sábado, o Diário de Notícias noticiou a anulação de dívidas a clientes por parte da Parvalorem, sem qualquer justificação ou documentação, no valor de 159 milhões de euros.
Em resposta ao Público, a empresa disse que só tomou conhecimento do conteúdo do relatório a 11 de julho, acrescentando que “sempre prestou todas as informações e colaboração necessárias”. A Parvalorem diz que exerceu “o contraditório” e sustenta “a regularidade” do seu desempenho.
Fonte: ZAP