O antigo presidente da Junta de Penafiel, o socialista Micael Cardoso, disse hoje aguardar com “tranquilidade” uma auditora da Inspeção-Geral de Finanças àquela autarquia, acrescentando nada ter a “esconder”.
“Encaramos com tranquilidade o anúncio de uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças. Serão prestados todos os esclarecimentos que sejam solicitados. Não temos nada a esconder, não viramos a cara aos problemas”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
Esta oposição surge vários dias depois de o atual presidente, o social-democrata Carlos Leão, eleito em outubro, ter anunciado que foram comunicadas ao Tribunal de Contas e Inspeção-Geral de Finanças alegadas irregularidades praticadas no mandato liderado por Micael Cardoso (2013/2017).
Em conferência de imprensa, Carlos Leão anunciou que o passivo da junta é de 300.000 euros.
No comunicado, Micael Cardoso, que liderou o executivo no anterior mandato, refere que “a freguesia de Penafiel cumpre os limites de endividamento previstos na lei” e que do mandato 2013/2017 “entregou a este executivo uma situação financeira em cumprimento com as regras de endividamento”.
“São falsos os valores da dívida apresentados. Contrariamente ao que foi dito, não está nem nunca esteve em causa a sustentabilidade financeira da freguesia”, acentua o antigo presidente.
A atual maioria tinha também revelado que estão a ser reclamados ao novo executivo 243.000 euros que reportam a 2017, 146 mil dos quais “não estão cabimentados”.
Sobre essa situação, Micael Cardoso refere hoje ser “falso” que a autarquia “tenha ocultado qualquer procedimento de contratação ou documentos”.
“Todas as deliberações foram devidamente enquadradas”, destacou, recordando que “a contabilidade da freguesia é pública e os contratos foram publicitados no Portal dos Contratos Públicos”.
Lê-se ainda no comunicado que “as acusações apresentadas [pelo atual executivo] são insidiosas, baseadas em informações manipuladas, numa vil tentativa de pôr em causa o bom nome da freguesia e todo o trabalho realizado ao longo dos últimos quatro anos”.