A empresa australiana Fortescue, a quarta maior produtora de ferro do mundo, está a tentar ganhar vantagem sobre a concorrência na corrida ao lítio em Portugal, avançando com pedidos de prospecção para 22 áreas no norte e no sul do país.
Fundada em Perth, na Austrália, em 2003, a Fortescue é um dos gigantes da mineração mundial e está decidida a colocar-se na frente com vista ao concurso público internacional que o Governo prometeu lançar ainda antes das eleições.
Nesse concurso público, estarão em causa 11 áreas identificadas com elevado potencial de pesquisa e exploração de lítio, mas além dessas a Fortescue entrará na corrida com mais 22 áreas, procurando “ter escala para ganhar vantagem”, como destaca o Público.
O jornal revela que foram publicados em Diário da República pedidos da Fortescue para a obtenção de “direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais de ouro, prata, chumbo, zinco, cobre, lítio, tungsténio, estanho e outros depósitos minerais ferrosos e minerais metálicos associados” nas áreas de “Cruto” (concelhos de Braga, Barcelos e Vila Verde), “Fojo” (concelhos de Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez), “Viso” (Vieira do Minho, Montalegre, Cabeceiras de Bastos, Fafe), “Calvo” (concelhos de Almeida, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo), “Crespo” (em Idanha-a-Nova) e “Nave” (concelhos de Guarda, Almeida e Sabugal).
Estão em causa mais de 1100 km2 de área a pesquisar, mas a empresa deverá apostar na ampliação da prospecção a outras zonas. Estará, nesse sentido, a contactar autarcas no terreno e outras forças locais no sentido de obter apoios para reforçar a sua vantagem perante a concorrência.
A aposta no fortalecimento da relação com as comunidades onde pretende actuar é um dos vectores da estratégia da Fortescue.
Portugal é visto como uma possível potência mundial no âmbito da exploração do chamado “petróleo branco”, nome atribuído ao lítio cujo valor tem subido devido ao crescimento do segmento dos carros eléctricos.
Fonte: ZAP