A Igreja de São Martinho de Soalhães, Marco de Canaveses, está a ser objeto, desde o último trimestre de 2017, de um vasto conjunto de trabalhos de conservação e restauro, que se prolongarão até ao próximo mês de agosto.
Estes trabalhos incidem sobretudo no valioso património integrado barroco (azulejos, esculturas e talhas) daquele Monumento Nacional, um dos 58 imóveis abrangidos pela Rota do Românico.
A intervenção de conservação e restauro visa, por um lado, o revestimento azulejar da nave, subcoro e sacristia, de forma a assegurar a correta leitura dos painéis existentes. Este objetivo implicará, entre outras ações, a desmontagem, tratamento e recolocação dos azulejos.
Por outro lado, a intervenção envolverá também o restauro das esculturas, painéis e retábulos de madeira entalhada da nave da igreja, que procurará restituir a estabilidade necessária à preservação do conjunto, bem como melhorar a sua leitura e coerência formal.
Os trabalhos citados incluirão o tratamento das superfícies pictóricas e das estruturas de sustentação e união, implicando também a desmontagem dos revestimentos parietais e das estruturas retabulares.
Os projetos técnicos destas intervenções foram elaborados pelos serviços da Direção Regional de Cultura do Norte.
No âmbito do Plano de Gestão para a Conservação e Valorização dos Monumentos da Rota do Românico, que prevê a implementação de um conjunto de medidas preventivas e de manutenção, que procuram minimizar a degradação dos bens patrimoniais, encontram-se já quase concluídos os trabalhos de reparação das coberturas da Igreja de Soalhães.
As intervenções descritas representam um investimento total de cerca de 195 mil euros, cofinanciado em 85% por fundos europeus (Programa Operacional Regional do Norte 2014/2020) e em 15% pelo Município do Marco de Canaveses e Paróquia de Soalhães, no âmbito da operação “Rota do Românico: Património, Cultura e Turismo” apresentada pela Associação de Municípios do Vale do Sousa.
Constituindo um excelente testemunho de como a renovação artística barroca ocultou a fábrica medieval, a Igreja de Soalhães espanta pelo investimento que no século XVIII ornamentou o seu interior com painéis de azulejos, painéis em madeira relevada e talha que se estende além dos próprios retábulos. Da Idade Média persistem o portal principal, a moldura perolada do interior do óculo que o encima e o túmulo guardado por arcossólio na capela-mor.
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