Já é possível perceber os efeitos da greve dos motoristas de matérias perigosas que está em curso em Castelo de Paiva e por isso alguns dos postos do concelho já apresentam rutura do stock.
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec), que conta com cerca de dois mil associados em todo o país, revela que já existem alguns postos com maior procura face ao habitual. A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Moradores do concelho de Castelo de Paiva manifestam sua opinião sobre o caso: “por causa das notícias de falta de combustível, as pessoas começaram a abastecer mais do que os habituais 20 euros semanais. E por isso, começa a haver maior fluxo aos postos, porque as pessoas começam a ficar preocupadas que possa haver falhas, haver quebras, mesmo que na verdade já tenham abastecido o que lhes é habitual para o uso ”, afirmou um morador da freguesia de Sobrado.

Embora não exista ainda previsão de desconvocação da greve, a expectativa é de que haja um acordo entre as entidades patronais e os trabalhadores que atenda às reivindicações. O primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista (PS), admitiu hoje (17) alargar os serviços mínimos, decretados na sequência da greve dos motoristas de matérias perigosas, e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência. Apesar do otimismo de Costa, no final da manhã, em Portugal, a situação era de impasse, com o patronato a recusar negociar com o sindicato dos motoristas e o abastecimento estar comprometido nos aeroportos de Lisboa e Faro e nos postos de combustíveis.
“Como as reservas começam a estar em baixo, a previsão é que, com o decurso do tempo, a rutura do stock seja efetiva”, alertou o líder da Anarec. Hoje em Portugal 40% dos postos já estão sem combustível.
Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e advogado, afirmou que espera uma chamada do Ministério do Trabalho para voltar a reunir com o Governo, com vista a um possível entendimento.