Já haverá acordo entre o primeiro-ministro e o Presidente da República para reconduzir a atual procuradora-geral da República (PGR), embora a escolha não reuna consenso.
O Expresso avança, na edição deste sábado, que o primeiro ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já terão chegado a um acordo para a recondução da atual procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal.
De acordo com o semanário, a notícia oficial nunca sairá antes de o primeiro-ministro regressar da visita a Angola, que acontece já na próxima semana, e antes de a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, ouvir os partidos com assento parlamentar, o que deverá ocorrer antes do final do mês.
O assunto continua a ser delicado e não reune consenso entre as duas figuras de Estado mas, tal como o mesmo jornal noticiou na semana passada, Costa deixou claro que não pretende comprar uma guerra com Marcelo devido à escolha do próximo procurador.
O Expresso sabe ainda que a procuradora já terá deixado a porta aberta para continuar no cargo. Marques Vidal já se reuniu em Belém com o chefe de Estado por duas vezes e se num primeiro momento insistiu na ideia de que a PGR é de mandato único, agora já estará mais convencida a aceitar.
Segundo o Observador, numa segunda reunião em Belém, que aconteceu nas últimas semanas, a conversa foi completamente ao encontro dos desejos de Marcelo, que da primeira vez não só lhe terá manifestado o apreço pelo trabalho realizado, como solicitado que ponderasse continuar por um segundo mandato, independentemente dos diferentes entendimentos jurídicos que existem sobre o assunto.
Os partidos têm sido unânimes nos elogios à atuação de Marques Vidal, embora só o CDS tenha dito claramente que a PGR devia ser reconduzida no cargo, como recorda o jornal online. Tanto PSD como PCP e BE não quiseram falar do tema para não contaminar o exercício do cargo mas elogiaram o exercício de mandato da procuradora. Só o PS foi menos efusivo nos elogios, lembrando que “o mandato não pode ser eternizado”.
Com Costa entre Angola e Áustria na próxima semana e a agenda cheia de Marcelo, bem como a necessidade de o Governo ouvir os partidos sobre o assunto, o calendário atira uma tomada de decisão para a última semana deste mês. O mandato de Joana Marques Vidal termina no dia 12 de outubro.
O Público recorda que foi com Joana Marques Vidal que se investigaram e levaram a tribunal “mega-processos que envolvem corrupção e a nata económico-financeira do país”, como é o caso da Operação Fizz, Operação Marquês, Vistos Gold, o BES/GES, as secretas, os incêndios de Pedrógão Grande, as mortes nos Comandos e o roubo em Tancos.
Fonte: ZAP