Marcelo Rebelo de Sousa começa esta sexta-feira a visita à China com uma deslocação à Grande Muralha, mas sobre a relação entre os dois países, o Presidente afirma que não existem muros.
A visita do Presidente da República português à China é uma afirmação política da vontade de alinhamento com o país, que sinaliza a abertura de Portugal para mais e maiores investimentos no nosso país.
A visita de Estado começa dois dias depois da queda da oferta pública de aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) à EDP, mas esse não será um motivo de atrito entre os dois países.
De acordo com o Público, os chineses têm consciência de que as autoridades portugueses não contribuíram para este desfecho. Se chumbasse o negócio, criaria dificuldades na relação com o principal acionista da elétrica. Se o aprovasse, poderia ver a sua decisão ser revogada pelas reguladoras europeia ou, sobretudo, a americana.
Assim, o chefe de Estado português vai ser recebido pelo Presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, na segunda-feira, dia em que se reunirá também com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Marcelo chegou ao país esta quinta-feira, onde ficará seis dias, para participar na segunda edição do fórum “Faixa e Rota”, iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas, em Pequim, em que irá discursar, no sábado, e depois para uma visita de Estado, a convite do seu homólogo, entre segunda e quarta-feira.
O programa da sua visita à República Popular da China, inclui ainda jantares com representantes das maiores empresas chinesas em Portugal e com exportadores portugueses para o mercado chinês, em Pequim, um seminário luso-económico e encontros com as autoridades locais de Xangai e da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Marcelo Rebelo de Sousa, que deu aulas em Macau, mas nunca esteve na China Continental, começou esta visita simbolicamente na Grande Muralha, esta sexta-feira, e ficará na capital chinesa até segunda-feira. Nessa noite, seguirá para Xangai e encerrará a visita em Macau, no 1.º de Maio.
O seu encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, está marcado para as 11h10 locais (04h10 em Lisboa) de segunda-feira, na residência oficial Diaoyutai, após a deposição de uma coroa de flores no Monumento aos Heróis do Povo, na Praça Tiananmen.
À tarde, será recebido pelo Presidente da China, Xi Jinping, no Grande Palácio do Povo, pelas 17h30 (10h30 em Lisboa), numa cerimónia com honras militares. Após o encontro entre os dois chefes de Estado, haverá um banquete oficial.
Na noite de segunda-feira, o Presidente português parte para Xangai, a “capital” económica da China, onde estará menos de 24 de horas, com um programa que inclui um seminário económico luso-chinês e uma ida à Universidade de Estudos Internacionais, que tem um dos departamentos de língua portuguesa mais antigos da China.
Na terça-feira ao fim do dia, em Xangai, antes de viajar para Macau, Marcelo Rebelo de Sousa dará ainda uma receção a empresários, entidades culturais e portugueses residentes nesta região.
Em Macau, o chefe de Estado também estará menos de 24 horas, mas com uma agenda intensa, que inclui visitas à Santa Casa da Misericórdia, às ruínas da Igreja de São Paulo, à Escola Portuguesa, uma reunião com o chefe do executivo da RAEM, Fernando Chui Sai On, e uma receção à comunidade portuguesa.
Nesta deslocação à China, o Presidente da República estará acompanhado por uma delegação parlamentar composta pelos deputados Adão Silva, do PSD, Filipe Neto Brandão, do PS, Telmo Correia, do CDS-PP, pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e por Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista “Os Verdes”.
Bloco de Esquerda e PAN optaram por não integrar a sua comitiva nesta visita, o que justificaram com a situação dos direitos humanos e das liberdades na China.
Pela parte do Governo, integram a comitiva oficial do chefe de Estado os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.
Fonte: ZAP