A Moody’s alterou também para negativa a perspetiva da Noruega, Finlândia, Hungria e Eslováquia, dizendo reflete a expectativa de que os países sofram uma “forte contração no crescimento económico”.
A Moody’s alterou esta quinta-feira a perspetiva da banca portuguesa de estável para negativa, numa avaliação ao sistema bancário de nove países europeus à luz da pandemia de covid-19.
O Serviço de Investidores da Moody’s fez uma revisão das perspetivas de nove sistemas bancários europeus à luz da pandemia de coronavírus e, a par de Portugal, alterou para negativa a perspetiva da Noruega, Finlândia, Hungria (antes era estável) e Eslováquia (de positiva para negativa). As perspetivas para os outros quatro sistemas bancários analisados – República Checa, Polónia, Áustria e Irlanda – permaneceram estáveis.
“A mudança na perspetiva dos sistemas bancários norueguês, finlandês, húngaro e português de estável para negativo reflete a nossa expectativa de que todos os quatro países experimentem uma forte contração no crescimento económico”, justifica a Moody’s.
A agência de notação financeira acrescenta que, naqueles casos, “a rentabilidade dos bancos enfraquecerá devido ao aumento das provisões para perdas com empréstimos e ao crescimento reduzido dos empréstimos”. As mudanças nas perspetivas espelham o que a Moody’s espera que sejam as prováveis consequências do surto de coronavírus na Europa.
A Moody’s projeta uma contração cumulativa da economia no primeiro e no segundo trimestres de 2020. Porém, considera que, apesar das medidas de política fiscal e monetária de apoio que “provavelmente” vão ajudar a recuperação com crescimento acima da tendência nos trimestres subsequentes e em 2021, “é improvável que a perda de produção no segundo trimestre” seja recuperada.
Assim, os créditos problemáticos dos bancos vão aumentar, diz, e o aumento das provisões para perdas com empréstimos vai reduzir a rentabilidade, que no caso da maioria dos bancos europeus, já é baixa, relativamente aos pares globais.
Fonte: ZAP