Shawn Thew / EPA
O momento em que o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o homólogo francês, Emmanuel Macron, plantaram uma árvore na Casa Branca
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaça aplicar taxas ao vinho francês como forma de retaliação pela medida aprovada em França para aplicar um novo imposto às grandes empresas tecnológicas mundiais. Uma “estupidez de Macron”, segundo Trump.
Há cerca de duas semanas, o Senado francês aprovou uma taxa de 3% que será aplicada a empresas que prestam serviços digitais com mais de 25 milhões de euros de volume de negócios em solo gaulês e 750 milhões de euros a nível mundial.
Uma decisão que é vista por Trump como um “ataque” às companhias tecnológicas norte-americanas e como a “coisa errada a fazer”.
“Não fizeram a coisa certa”, salientou o presidente dos EUA aos jornalistas. “Nós é que taxamos as nossas empresas, eles não as taxam”, referiu ainda Trump, notando que a sua administração está “a trabalhar” na aplicação de taxas ao vinho francês.
“Sempre gostei mais dos vinhos americanos do que dos franceses, mesmo que não beba vinho, gosto da sua aparência”, acrescentou, frisando que “os vinhos americanos são excelentes”.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=3Vrgh6e2IBg?feature=oembed&w=700&h=394]
Numa publicação no Twitter, Trump reforçou a sua posição notando que as taxas a aplicar às tecnológicas norte-americanas devem ser feitas pelos EUA e prometendo anunciar, muito em breve, “uma acção recíproca substancial contra a estupidez de Macron“.
Os EUA são o maior importador de vinho francês de todo o mundo. As exportações de vinho para os EUA renderam à economia francesa 3,2 mil milhões de euros em 2018. O vinho é o segundo sector mais exportador do país a seguir à indústria aeroespacial.
A taxa GAFA
A taxa francesa sobre os grupos norte-americanos do sector da alta tecnologia, a designada taxa GAFA, por referência a Google, Amazon, Facebook e Apple, cria uma imposição sobre aquelas empresas, incidindo não sobre os lucros, que são consolidados em países de baixa fiscalidade, como a Irlanda, mas sobre o volume de negócios, enquanto se espera por uma harmonização das regras ao nível da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
“A taxação universal das actividades digitais é um desafio que respeita a todos nós”, referiu o ministro da Economia de França, Bruno Le Maire, em resposta a Trump. “Queremos alcançar um acordo nesta matéria dentro do quadro do G7 e da OCDE”, acrescentou, frisando que enquanto isso não acontece, “a França vai avançar com decisões nacionais”.
O porta-voz da Casa Branca, Judd Deere, notou que os EUA ficam “extremamente desapontados com a decisão da França de adoptar uma taxa para os serviços digitais às custas das empresas e dos trabalhadores dos EUA“.
Outros países da União Europeia, incluindo Espanha, Grã-Bretanha e Itália, já manifestaram também a intenção de aplicar taxas neste âmbito.
Fonte: ZAP