Cientistas do Instituto Karolinska, na Suécia, identificaram um pequeno anticorpo neutralizante – nanocorpo – que consegue bloquear a entrada do Sars-CoV-2 nas células humanas.
Uma equipa de investigadores suecos, do Instituto Karolinska, descobriu que um nanocorpo consegue bloquear a entrada do novo coronavírus nas células humanas. O novo artigo científico foi publicado na Nature Communications no início de setembro.
Os nanocorpos são restos de anticorpos presentes na família de animais dos camelídeos (como alpacas ou lamas) e podem ser adaptados e usados nos seres humanos. Esta equipa de cientistas decidiu então injetar a proteína spike, usada pelo novo coronavírus para invadir as células saudáveis , numa alpaca.
Depois de 60 dias, as amostras de sangue recolhidas do animal revelaram uma forte reação imunológica. “Esperamos que as nossas descobertas possam contribuir para a melhoria da pandemia de covid-19, encorajando um exame mais aprofundado deste nanocorpo como um candidato terapêutico contra a infecção viral”, disse Gerald McInerney, em comunicado.
De acordo com o Raw Story, dos nanocorpos, o Ty1 – batizado em homenagem à alpaca Tyson -, foi o que revelou uma maior capacidade de neutralizar o SARS-CoV-2.
Os cientistas explicaram que o Ty1 associa-se à parte da proteína spike que se conecta ao recetor celular ACE2, usado pelo novo coronavírus para infetar as células. Desta forma, como o espaço passa a estar “ocupado” pelo nonocorpo, o patógeno não consegue entrar na célula e infetá-la.
“Os nossos resultados mostram que o Ty1 se pode ligar potentemente à proteína spike do SARS-CoV-2 e neutralizar o vírus, sem atividade fora do alvo detetável. Estamos agora a embarcar em estudos pré-clínicos em animais para investigar a atividade neutralizante e o potencial terapêutico de Ty1 in vivo“, adiantou o cientista Ben Murrell.