Conforme podemos ler no texto de Ana Pires publicado pela Universidade de Lisboa, este “caçador lusitano” é uma espécie nova e uma das mais recentes novidades da paleontologia.
Segue abaixo a explicação:
Segundo Ana Pires: “A nova espécie foi denominada Lusovenator santosi: “venator” significa “caçador”, “Luso” refere-se à região onde foi encontrada, “santosi” pretende homenagear o aficionado da Paleontologia José Joaquim dos Santos, cuja colecção de fósseis foi determinante nesta e noutras descobertas. Pertence à família dos Carcharodontossaurios, um grupo conhecido e abundante no Hemisfério Sul durante o Período Cretácico (144 a 66 144 milhões de anos atrás).
A identificação desta nova espécie na Península Ibérica vem mostrar que esta família já estava presente no Hemisfério Norte 20 milhões de anos antes, no final do Período Jurássico (155 a 145 milhões de anos atrás).Esta descoberta trouxe novos dados sobre a expansão deste grupo de dinossáurios no planeta, preenchendo lacunas na informação existente até agora no que diz respeito à sua distribuição geográfica.
A investigadora admite que a descoberta é surpreendente, já que o grupo de investigação tem trabalhado com este material há alguns anos e inicialmente pensaram que se tratava de um individuo juvenil do género Allossaurus. O que permitiu a sua correcta identificação foi a comparação com exemplares provenientes da América do Norte e também de um adulto escavado em Cambelas, Torres Vedras (o juvenil foi encontrado em Valmitão, na Lourinhã).O Lusovenator santosi viveu há 145 milhões de anos (Jurássico Superior) na Bacia Lusitânica. Tal como outros terópodes – como o famoso Tyranossaurus Rex –, era um gigante carnívoro que habitou numa zona húmida e pantanosa, rica em vegetação. Ainda está a ser investigado se tinha preferências ambientais.”.