Um novo estudo norte-americano sugere que a imunidade à covid-19 possa durar anos e talvez até décadas.
Segundo o estudo, publicado no bioRxiv – ainda não revisto por pares – e referido pelo New York Times, a maioria das pessoas que recuperou da infeção apresenta células imunológicas que permitem a prevenção oito meses após a infeção, podendo estas persistir no corpo durante muito mais tempo.
“Essa quantidade de memória provavelmente evitará que a grande maioria das pessoas contraiam doenças graves durante muitos anos”, disse Shane Crotty, virologista do Instituto de Imunologia La Jolla, dos Estados Unidos (EUA), que coliderou o novo estudo, o mais abrangente sobre a memória imunológica em relação ao coronavírus feito até hoje.
Investigadores da Universidade de Washington já haviam demonstrado que células de “memória” produzidas após a infeção persistem no corpo durante pelo menos três meses. Um estudo publicado na semana passada concluiu que os recuperados têm células imunes que protegem mesmo quando os anticorpos não são detetáveis.
Estes estudos “estão todos a pintar o mesmo quadro, de que após umas primeiras semanas críticas, a resposta imunológica parece bastante convencional”, disse Deepta Bhattacharya, imunologista da Universidade do Arizona. Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale, referiu que uma resposta duradoura “é isso que deve acontecer”.
As vacinas podem superar a variabilidade individual da imunidade, ajudando “a focar a resposta, para que não se obtenha o mesmo tipo de heterogeneidade que se vê numa população infetada”, apontou Jennifer Gommerman, da Universidade de Toronto.