O “marciano” Ronaldo voltou a fazer das suas (ou como a vingança se serve fria)

“Lendário”, “gigante”, “sublime”, um Ronaldo “sem fim”. Os elogios sucedem-se em jornais de todo o mundo, depois do hat-trick de Cristiano Ronaldo a Espanha, no jogo de abertura de Portugal no Mundial 2018.

Cristiano Ronaldo foi o “Homem do Jogo”, vencendo o prémio da FIFA e os elogios de meio mundo, depois de ter marcado três golos, evitando a derrota portuguesa frente a Espanha, na abertura do Mundial 2018, com um soberbo golo de livre directo.

O avançado português tornou-se no primeiro jogador da história a marcar em oito grandes torneios internacionais consecutivos, e no quarto jogador a marcar em quatro Mundiais, depois de Pelé e dos alemães Klose e Seeler.

Também igualou o mítico Puskas como máximo goleador europeu, com 84 golos pela Selecção, e é o primeiro a conseguir marcar três golos à Espanha num Mundial, o que o torno no “pior inimigo” da La Roja na história da competição, frisa a Marca.

Além disso, Ronaldo é, aos 33 anos, o jogador mais velho de sempre a conseguir fazer um hat-trick num Mundial.

Recordes que ajudam a perceber a vénia do mundo ao craque português, tanto mais depois da exibição madura e da lição de competitividade que deu.

A vingança serve-se fria…

No Twitter, o ex-futebolista inglês Matt Le Tissier, actual comentador desportivo, diz que as autoridades espanholas devem estar, nesta altura, arrependidas de terem anunciado a pena a Ronaldo, no âmbito do caso de fraude fiscal de que é acusado, precisamente no dia do jogo.

“Dia de multa, noite de vingança”, destaca o jornal El Mundo, notando que Ronaldo aceitou pagar ao fisco espanhol uma multa de 18,8 milhões de euros, com uma pena de dois anos de prisão suspensa.

O capitão português teve uma noite de gala com o dono do Paris Saint-Germain, Al-Khelaifi, a ver nas bancadas do Estádio de Sochi. Note-se que o PSG é um dos seus possíveis destinos quando se especula que vai deixar o Real Madrid no fim da época, devido ao desconforto com o presidente Florentino Pérez.

A imprensa espanhola está rendida a Ronaldo, com a Marca a salientar que “Espanha é de Hierro mas Cristiano é de aço”, numa referência ao novo seleccionador da La Roja, que substituiu o despedido Lopetegui.

“Cristiano vale por três”, aponta o AS, enquanto em Inglaterra, o The Guardian nota que “Ronaldo é Ronaldo” e “a Espanha não ganhou por causa dele e, em parte, também por causa de um erro de David de Gea”.

A BBC frisa que Ronaldo foi “a estrela” num jogo “que será seguramente relembrado durante anos”, e o L’Équipe nota que Ronaldo “iluminou o jogo” com o seu “imenso talento”.

Já o Le Monde fala de “uma performance de extraterrestre“, enquanto o France Football menciona “o lendário Cristiano Ronaldo” num “jogo incrível”.

Para a ESPN, Ronaldo não é apenas um futebolista, mas “uma besta competitiva” e o La Gazzetta dello Sport define-o como um “marciano”. Já o Tuttosport fala simplesmente em “Ronaldíssimo”.

Ainda em Itália, o La Reppublica fala de um “Ronaldo estelar” e diz que “mostrou mais uma vez” que é “o melhor avançado” do mundo.

E até na Argentina, o país do eterno rival Messi, se rendem ao talento do português, com o desportivo Olé a incluir na capa o sugestivo título “¡Qué pedazo de Cristiano, joder!“. Ronaldo foi “implacável” e “só por ele” é que Portugal conquistou “um ponto de ouro”, “como CR7”, conclui o jornal.

Elogios a Ronaldo chegam também dos adversários, com o avançado Diego Costa, que marcou dois dos 3 golos espanhóis, a evidenciar que “há que dar os parabéns a Ronaldo”. “Tanto o criticam e olhem o que acontece; é melhor deixá-lo tranquilo, quem me dera ser como ele”, salientou o atleta nascido no Brasil.

E quando jornalistas brasileiros perguntaram a Diego Costa se tinha sido o herói do jogo, na zona mista, depois do desafio, ele teve uma resposta ainda mais elucidativa. “Herói? Fui o car****, foi este bicho que marca golo de qualquer lado“, salientou Diego Costa enquanto Ronaldo passava atrás dele, relata o Observador.

Fonte: ZAP