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Paulo Dentinho, diretor de informação da RTP, pôs o seu cargo à disposição nesta quarta-feira. A administração da estação pública, liderada por Gonçalo Reis, aceitou a demissão e deverá anunciar um novo nome para o cargo em breve.
O ECO confirmou junto de fontes próximas da RTP a saída de Paulo Dentinho, que ocupa o cargo de diretor de informação do canal desde 2015. De acordo com o jornal, a emissora vai agora procurar uma nova pessoa para o cargo, dando preferência a alguém interno.
Contactado pelo jornal, Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, optou por não fazer quaisquer comentários.
Em declarações ao Observador Dentinho disse que apenas tinha colocado o seu lugar à disposição e que não pretendia ir mais longe. “Um cenário de demissão não é por mim equacionável, muito menos justificável neste caso particular, além de que desistir não faz parte da minha forma de estar na vida”, afirmou. Contudo, frisou, também não pretende contestar a decisão que a administração entender tomar.
Por detrás da saída de Paulo Dentinho estará uma publicação no seu Facebook que foi interpretada como um ataque a Cristiano Ronaldo, futebolista português que enfrenta agora uma acusação de violação de uma mulher norte-americana.
Na sua publicação, e sem nunca referir nomes, Dentinho criticava duramente “homens que violam mulheres”, considerando que existem “violadas de primeira, segunda categoria e terceira”, dependendo do seu “estatuto”. O termo “herói nacional” surgia também no texto.
As publicações acabaram depois por ser apagadas na quinta-feira ao fim da tarde, quando começaram a surgir críticas à tomada de posição do diretor de informação da RTP.
“Voltei a lê-lo [o texto] e percebi que tinha escrito com uma linguagem muito forte. Lembrei-me das minhas filhas. Nunca pensei no Cristiano e decidi apagar o post“, assegurou Paulo Dentinho em declarações ao Jornal de Notícias.
Tal como nota o Público, Dentinho terá violado o Código de Ética Jornalística da RTP, que o próprio e o conselho de redação aprovaram (por proposta da administração).
De acordo com o código, os profissionais de informação da RTP “não devem proferir publicamente ofensas pessoais ou manifestar expressão pública de indignação noutros órgãos de comunicação ou nas redes sociais mesmo que fora do seu período profissional” e não devem defender qualquer posição em “assunto polémico”.
Fonte: ZAP