Um grupo de investigadores encontrou 29 pegadas humanas na costa da ilha de Calvert, no Canadá. Estas pegadas pré-históricas terão, pelo menos, 13 mil anos e datam da altura em que a humanidade estava a chegar ao fim da última era glaciar.
Os cientistas não sabem a quantas pessoas pertencem estas pegadas, mas afirmam ter encontrado, pelo menos, três tamanhos diferentes. Aliás, acreditam, inclusivamente, que uma das marcas na camada de sedimentos pertence a uma criança.
Duncan McLaren, da Universidade de Victoria e investigador do Hakai Institute, disse ao The Guardian que “o mais provável é que tenham sido deixadas numa área que estava logo acima da linha do mar”. Há 13 mil anos, o nível do mar era entre dois e três metros mais baixo do que atualmente.
A equipa iniciou as escavações em 2014, altura em que descobriram depósitos de lixo, com mais de seis mil anos, feitos de conchas, e ferramentas feitas em pedra. “Temos procurado locais arqueológicos nesta costa e foi assim que descobrimos as pegadas”, esclareceu McLaren.
Depois de a primeira pegada ter sido descoberta, a equipa regressou em 2015 e 2016 e encontrou mais 28 pegadas humanas, algumas delas ainda bem definidas, permitindo assim concluir a existência de três tamanhos distintos. As descobertas da equipa foram publicadas na Plos One.
Os cientistas consideram que aquele local tem um enorme potencial em termos arqueológicos, já que “o nível da água do mar se manteve estável na região durante os últimos 14 mil anos”, sustenta Duncan McLaren.
A mais recente descoberta permite, assim, entender melhor como terá acontecido a colonização da América do Norte, fortalecendo a teoria de que os seres humanos viajaram ao longo da costa, podendo ter acontecido há mais tempo do que se pensa.
“A revelação agora feita suporta a ideia de que as primeiras pessoas nas Américas chegaram da zona este da Ásia, numa altura em que o mar estava em níveis baixos”, frisa Nick Ashton, curador do British Museum.
Fonte: ZAP