A investigação que implica Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola na Operação Fizz, que decorre na justiça portuguesa, tem por base “pistas” encontradas no Google. A revelação foi feita por um dos inspectores da Polícia Judiciária que investigou o caso.
Em mais uma audiência do julgamento que tem como principal arguido Orlando Figueira, ex-magistrado do Ministério Público, um inspector da Polícia Judiciária (PJ) explicou como o Google permitiu associar este suspeito a Manuel Vicente.
Após terem tido conhecimento de que Orlando Figueira recebeu valores da empresa angolana Primagest, os investigadores foram ao Google pesquisar e encontraram uma associação com a Sonangol, a petrolífera estatal de Angola que já foi presidida por Manuel Vicente, designadamente através de “notícias de jornais”, relata o Observador.
“O que fizemos foi googlar aqueles nomes e recolhemos uma série de informação que constava online“, explicou em tribunal o inspector Bruno Gomes, cita a dita publicação.
O elemento da PJ explicou, ainda, que os emails anexados ao processo foram “analisados por palavras-chave sugeridas pelo Ministério Público e pelos próprios investigadores”, atesta o mesmo jornal, concluindo que “não terão sido passados a pente fino”.
Orlando Figueira é suspeito de ter recebido “luvas” de Manuel Vicente para facilitar o arquivamento de processos judiciais que decorriam contra ele e contra outras figuras angolanas.
Além do ex-magistrado, são também arguidos no caso o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires, como alegados intermediários no processo de corrupção.
As suspeitas em torno de Manuel Vicente foram extraídas para um processo à parte que, após uma “novela” legal e política, foi enviado para Angola, onde será julgado.
Fonte: ZAP