Paulo Novais / Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa garante que não se recandidatará caso se repitam os grandes incêndios florestais do ano passado.
Ainda que não acredite que uma nova tragédia como os incêndios do ano passado volte a acontecer, Marcelo Rebelo de Sousa garante que, se vier a ocorrer, já tomou uma decisão: não se recandidata.
“Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria, só por si, no meu espírito, impeditivo de uma recandidatura“, afirmou.
Em entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença, o Presidente da República considera “decisiva” a forma como o país irá conseguir preparar-se para o próximo verão para a avaliação que ele próprio fará do seu mandato presidencial.
“É fundamental para o próprio juízo que o Presidente fará sobre o seu mandato presidencial. Como quem diz, quando eu avaliar, em meados de 2020, o mandato presidencial – portanto, olhar para o passado – e depois também avaliar ou não a existência de um dever de consciência“, disse.
Para o Presidente da República o país acordou para o problema da tragédia dos incêndios florestais e tanto no plano legislativo, como no parlamentar, político-partidário e governamental, foi feito “o que era necessário fazer e era possível fazer neste espaço de tempo”.
“Encontrei quer da parte do primeiro-ministro, quer do ministro da Administração Interna, do Governo como um todo, quer da parte dos partidos sem exceção, uma preocupação, uma atenção e um empenho nesta matéria”, sublinha Marcelo.
No entanto, apesar disso, lembra que não é possível dar garantias. “Há calamidades naturais em relação às quais não é possível dar garantias“, defende.
Quando questionado, na mesma entrevista, se teve acesso ao relatório da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) sobre Pedrógão Grande, que veio a público na semana passada, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu não interferir.
“Da minha boca não se ouvirá nada que signifique colocar o que seja de um pauzinho num engrenagem que interessa que funcione bem para os portugueses em geral, para Portugal”, garantiu.
“Estamos em véspera de transição da Primavera para o Verão, que coincide normalmente com a época mais complexa em termos de incêndios. Portanto, tal como noutras circunstâncias em véspera de desafios, o que temos de fazer não é estar a mostrar preocupações, ou apreensões, dúvidas”, disse.
“Agora trata-se de mobilizar vontades, de ultrapassar divergências e de canalizar esforços para o grande objetivo, que é o de evitar que se repitam as tragédias do ano passado”, concluiu o Presidente da República.
Fonte: ZAP