O PS não vai conseguir a maioria absoluta nas próximas eleições e deverá manter-se no poder com “um Governo minoritário à Guterres”. A previsão é de Marques Mendes que vaticina “o regresso do pântano”.
“O Governo minoritário do PS é a solução mais provável” que sairá das eleições legislativas de 2019. Quem o diz é Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC, prevendo “um Governo minoritário à Guterres”, sem apoio parlamentar e, portanto, instável e precário.
A geringonça assegura “uma situação de estabilidade” política, mas “depois das eleições de 2019, vamos voltar a viver um ambiente de instabilidade“, prevê Marques Mendes.
“Não está para vir o Diabo, mas será provavelmente o regresso do pântano“, considera o ex-líder do PSD, em alusão à expressão usada pelo então primeiro-ministro António Guterres quando se demitiu em 2001.
Citando os casos que têm contribuído para desgastar o Governo, como o conflito com os professores e a crise na Saúde, Marques Mendes refere que “dificilmente António Costa conseguirá uma maioria absoluta“.
Por outro lado, manter a aliança de esquerda entre PS, PCP e Bloco de Esquerda começa a tornar-se muito difícil, diz o comentador, notando que, desta forma, ganha força a ideia de um Bloco Central entre os socialistas e o PSD.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=e7jElJhPiv0?feature=oembed&w=700&h=525]
António Costa e Rui Rio já vivem “em espírito de Bloco Central”, diz Marques Mendes, frisando que não há críticas, nem ataques entre ambos. O comentador frisa que Rui Rio até tem “uma certa admiração” por António Costa.
“Uma guerra civil” no PSD
Todavia, se Rio e Costa estão inclinados para um Bloco Central, nem PS, nem PSD gostam desta aproximação, refere Marques Mendes. E se o PSD aprovar o Orçamento de Estado para 2019 (OE2019), abre-se “uma guerra civil” no seio do partido, vaticina.
De resto, aprovar o OE2019 “seria um suicídio político“, porque “corresponderia, na prática, a avalizar a política da geringonça” e transformaria o PSD num “amuleto” em vez de numa “alternativa” ao Governo.
“Assunção Cristas passava a ser, na prática, a única líder de oposição ao Governo”, destaca Marques Mendes.
Quanto ao posicionamento de PCP e Bloco de Esquerda na discussão do OE2019, o comentador da SIC diz que estão apenas a “dramatizar” porque “querem esticar a corda” para “obrigar o Governo a abrir os cordões à bolsa” para assegurarem as suas reivindicações.
Mas Marques Mendes está certo que nem o Bloco, nem o PCP vão chumbar o próximo Orçamento. “O Bloco não quer abrir uma crise política” porque pretende “ir para o Governo com o PS”, enquanto “o PCP não quer repetir a geringonça depois de 2019, mas quer levar este compromisso até ao fim”, conclui o comentador.
Fonte: ZAP