Tiago Henrique Marques / Lusa
A Polícia Judiciária está a realizar buscas na Comissão Distrital de Lisboa do PSD e na Concelhia de Lisboa do PS. Em causa estarão suspeitas de corrupção “através de ajustes diretos feitos por várias autarquias a militantes partidários”.
Segundo avança a revista Sábado, estarão em causa suspeitas de crimes financeiros que resultaram da contratação de pessoal e ainda da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou geridas por políticos.
A operação da PJ decorre também nos serviços centrais e de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, no Campo Grande, três juntas de freguesia — Areeiro, Santo António e Estrela — e outras cidades do país.
Segundo a Sábado, estas freguesias adjudicaram empresas de militantes do PSD. O valor das avenças ultrapassará um milhão de euros. O presidente da junta do Areeiro, Fernando Braamcamp, terá gasto 596.982 euros. Já o presidente da junta de Santo António, Vasco Morgado, 149.776 euros. E, o presidente da junta da Estrela, Luís Newton, pelo menos, 303.521 euros.
“O PS colaborou em tudo o que lhe foi solicitado pelas autoridades”, referiu à agência Lusa fonte oficial dos socialistas. Por sua vez, fonte do PSD disse que “estão em investigação alegados “favorecimentos a militantes” do partido, “através de ajustes diretos”, para a contratação de pessoal e a adjudicação de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos”.
Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD que controla empresas que ganharam várias adjudicações diretas de autarquias do PSD e PS, é um dos principais visados.
Grande parte destes negócios suspeitos foram apontados em 2017 através de um e-mail anónimo. No entanto, a denúncia também chegou às autoridades que abriram uma investigação crime centrada em negócios públicos realizados por Sérgio Azevedo e Luís Newton. Ambos ocupavam cargos no Núcleo Ocidental do PSD/Lisboa.
Sérgio Azevedo era então vice-presidente da bancada do PSD na Assembleia da República, enquanto que Luís Newton era tesoureiro da concelhia do PSD/Lisboa.
A investigação é coordenada pelo Ministério Público no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Fonte: ZAP