Os professores não estão dispostos a desistir nem sequer a aligeirar a sua posição relativamente à recuperação total do seu tempo de serviço. É uma questão inegociável, sem qualquer moeda de troca.
Para a Federação Nacional de Professores, neste momento só há uma dúvida por responder: se esta mudança vai ocorrer com o Governo de António Costa ou durante a legislatura de um próximo Executivo.
“Não vamos para negociações discutir o tempo que está em causa, mas sim o modo e o prazo em que a recuperação dos nove anos, quatro meses e dois dias será feita. Se não for possível fazê-lo com este Governo será com o seguinte”, disse Luís Lobo, dirigente da Fenprof, em entrevista ao jornal Público.
As declarações da Fenprof surgem poucos dias após António Costa ter admitido, em entrevista ao Expresso, que a idade da reforma poderia vir a ser uma das variáveis em conta nas negociações que decorrem com os professores. Desta forma, o tempo de serviço poderia permitir uma antecipação da idade de reforma, sem penalizações.
O PCP e o BE já demonstram que estão do lado dos professores. O partido comunista disse mesmo que o descongelamento das carreiras dos professores consta do Orçamento de Estado de 2018 e, por isso, o Governo deve cumprir esse compromisso.
A Fenprof explica que vai manter a mesma posição até agora adotada: “A nossa posição de princípio para a reunião de 7 de setembro – que foi marcada pelo ministro da Educação – é a mesma que sempre tivemos”, explicou João Dias da Silva, também líder da organização sindical.
“As negociações são para definir o modo e o prazo da recuperação do tempo de serviço e não para discutir quantos anos serão tidos ou não em conta. Este é o ponto de partida que o Governo também tem de assumir, porque é o que está na lei”, concluiu.
Fonte: ZAP