Há cerca de 200 milhões de anos, no que hoje é Warwickshire, um réptil parecido com um golfinho morreu e afundou-se no fundo do mar.
O enterro da criatura preservou o seu crânio em detalhes impressionantes – permitindo aos cientistas reconstrui-lo digitalmente. O fóssil, revelado na revista PeerJ, dá uma visão única sobre a vida de um ictiossauro.
A criatura feroz ter-se-ia alimentado de peixes, lulas e provavelmente outros tipos. Os seus ossos foram encontrados no campo de um agricultor há mais de 60 anos, mas o seu significado só recentemente veio à tona.
Notavelmente, o crânio foi preservado tridimensionalmente e contém ossos que raramente são expostos. “Levou mais de meio século para este ictiossauro ser estudado e descrito, mas valeu a pena esperar“, disse o paleontologista Dean Lomax, da Universidade de Manchester.
Graças aos dados recolhidos a partir de tomografias computorizadas, os investigadores Nigel Larkin e Laura Porro foram capazes de reconstruir digitalmente todo o crânio em 3D.
“A tomografia computorizada permite-nos olhar para dentro de fósseis – neste caso, podemos ver longos canais dentro dos ossos do crânio que originalmente continham vasos sanguíneos e nervos”, disse Porro.
O ictiossauro foi originalmente identificado como uma espécie comum, mas depois de estudá-lo em mais detalhes, os cientistas identificaram-no como um ictiossauro raro chamado Protoichthyosaurus prostaxalis.
“Nós também fomos capazes de editar digitalmente o crânio original, ou seja, mover ossos em redor e manipulá-los”, disse Dean Lomax.
Já houve estudos anteriores de grandes crânios de répteis marinhos que foram reconstruidos, mas estão incompletos. Os ictiossauros foram extintos há cerca de 90 milhões de anos. Eram conhecidos como “dragões do mar” e ocuparam os oceanos durante 160 milhões de anos, enquanto os dinossauros ocupavam a terra.