A Associação Zero lançou um alerta para o aumento dos conjuntos de habitats classificados com estatuto (desfavorável) inadequado e mau. Segundo a Associação representam 72% do total face aos 66% no ano de 2012.
A conservação dos habitats e espécies protegidos no âmbito da Rede Natura 2000 sofreu inúmeros dabis nos últimos anos, segundo um relatório para o período 2013-2018.
Segundo os dados da Zero, o conjunto de habitats classificados com estatuto (desfavorável) inadequado e mau é agora de 72% do total face aos 66% verificados no período de 2007-2012, sendo de realçar que os habitats em mau estado de conservação passaram de 6% para 29% do total.
A mesma fonte indica que apenas 24% dos habitats são agora avaliados como em estado de conservação favorável (30% no período 2007-2012) e para 4% não existem dados suficientes.
No que respeita às 217 espécies avaliadas (plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis e mamíferos), os dados mostram que com o estatuto de desfavorável de inadequado e mau estão 42% do total (mais do que no período anterior), e que as avaliações favoráveis melhoraram.
Quanto “às tendências relativamente aos habitats avaliados com estatuto desfavorável (inadequado e mau), antecipa-se para a generalidade dos habitats, com exceção dos habitats rochosos e grutas, uma dinâmica negativa em 79% dos casos, quando no período 2007-2012 o valor se situava nos 29%”, diz a Zero.
Os habitats dunares são os que apresentam uma tendência mais negativa, seguindo-se os matos adaptados a grandes períodos de seca e calor, as turfeiras, os pântanos e as florestas.
Ainda de acordo com a Zero também para as espécies há uma tendência para a deterioração, com os peixes e moluscos a parecerem ser os grupos mais vulneráveis.As maiores pressões sobre os habitats são as espécies exóticas invasoras, seguindo-se a agricultura, e a alteração do uso do solo.
Nas espécies as maiores pressões são a alteração do uso do solo (para construção por exemplo), a agricultura e só depois as espécies invasoras.No comunicado a Zero refere também a fraca qualidade dos dados, com Portugal a ser um dos dois países (o outro a Croácia) que menos informação possui sobre os seus habitats e espécies.