O jovem paivense Simão Costa tem apenas 18 anos, mas já tem um compromisso muito grande com o concelho de Castelo de Paiva, pois faz parte uma força-tarefa que tem sido incansável no combate aos incêndios, principalmente durante estes meses de verão: os Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva.
Simão revela o que o motivou a se tornar um bombeiro voluntário: “apesar do problema crónico que tenho nos pulmões, que me impede de combater de forma mais direta as chamas, sempre me coloco disponível para ajudar. É um amor que tenho desde pequeno. A vontade de ajudar sempre esteve em mim. Quando há um incêndio e sou contactado, vou para o quartel e ajudo com a logística, ou de modo a assegurar os serviços de emergência pré-hospitalar e nas medidas de prevenção”.
O jovem revela que é preciso fazer certos sacrifícios para conciliar o trabalho voluntário com a sua profissão atual: “conciliar a minha atuação como voluntário nos bombeiros com o meu trabalho requer sacrifícios. Atualmente trabalho como bagageiro no Douro41 Hotel & SPA, e como o trabalho é por turnos e o horário é muito incerto, é um pouco difícil conciliar as duas coisas. Mas tudo vale a pena. Amo o que faço, tanto no Hotel como nos Bombeiros”.
Durante o verão, o concelho tem estado em alerta máximo para o risco de incêndios, o que deixa toda a população bastante alarmada. Afinal, ninguém quer reviver os terríveis incêndios de outubro de 2017, onde 80% do concelho de Castelo de Paiva ardeu.
Muito além do combate aos incêndios
Simão surpreende e mostra que apesar da pouca idade é muito versátil. O jovem além de ser um bombeiro, tem grandes habilidades artísticas, e tem realizado apresentações de mágica e de música em festivais como o New Talent Castelo de Paiva 2018, em que ganhou o segundo prémio, e o Croka’s Rock em 2019, onde foi uma das atrações do festival com sua magia.
“A música veio muito cedo, toco guitarra há 10 anos e o gosto por música eletrónica levou-me a recentemente adquirir a capacidade de ser DJ, tendo sido também uma atividade que tenho investido bastante”.
Simão, o mágico
“Tudo começou um pouco como todas as histórias clássicas de mágicos. Quando era uma criança com os meus 8 ou 9 anos, os meus pais ofereceram-me uma caixinha de magia. Aos 14 anos passei a fazer magia para os meus colegas da escola, e muitos deles sempre me apoiaram. Quando fui para o secundário, estudei em Espinho e comecei a fazer magia para os colegas no autocarro, porque a viagem era longa e cansativa. Acabei por ficar conhecido por todos os que frequentavam também os autocarros da Feirense na mesma trajetória que eu, e ali percebi que poderia ir além”.
Ele conta como começou a se apresentar para o grande público: ” Conheci um colega e amigo, o João Soares, que é magico e já tinha muito mais técnica, e me ajudou a aperfeiçoar. Depois disto, o primeiro espetáculo surgiu precisamente de um concerto de um combo de garagem no qual estava inserido. O concerto foi em Oliveira do Arda e pouco tempo depois contactaram-me para fazer o primeiro espetáculo na noite de Halloween. Correu tudo muito bem, melhor do que eu esperava e nessa altura não sabia metade do que sei hoje. Toda a gente adorou e senti que o meu trabalho estava a ser valorizado”.