A venda de dois apartamentos no centro de Lisboa, que eram propriedade de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia suspeito de corrupção, está a ser investigada pelo Ministério Público (MP).
Segundo o Expresso, a investigação em torno de Manuel Pinho não se centra apenas nas decisões que tomou enquanto ministro da Economia, nomeadamente quanto à EDP e ao Grupo Espírito Santo (GES). Em causa estão também negócios pessoais feitos pelo ex-ministro com o GES.
O semanário escreve que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) solicitou ao Fungepi – Fundo de Gestão de Património Imobiliário do Novo Banco “toda a documentação original relativa à aquisição e posterior alienação de duas fracções no prédio sito na Rua Saraiva de Carvalho, número 68, em Lisboa, incluindo informações, análises e propostas que suportaram tais negócios”.
Em causa estão imóveis situados num edifício com quatro apartamentos que Pinho construiu depois de ter demolido o prédio original, onde tinha vivido o escritor Almeida Garrett. Esses dois apartamentos foram vendidos ao Fungepi.
Posteriormente, o ex-governante vendeu um terceiro apartamento ao então presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, por meio milhão de euros.
Em Maio passado, a Visão já tinha feito referência a estes negócios, destacando que o ex-ministro adquiriu o prédio original ao BES por 800 mil euros, em 2004, através da sociedade Pilar Jardim, que foi criada nesse mesmo ano.
Em Julho de 2009, dois dos apartamentos do edifício foram vendidos ao Fungepi por 1,5 milhões de euros, frisa a revista, acrescentando que cada imóvel estava, na altura, avaliado em 300 mil euros.
O negócio de venda foi feito cerca de uma semana depois de Pinho se ter demitido do Governo de José Sócrates.
Em 2011, “o BES voltou a vender as casas, perdendo dinheiro“, destacava a publicação.
Fonte: ZAP