Não pude, razões laborais, assistir à Assembleia Municipal de Castelo de Paiva, contudo fui-me informando e aguardei com expectativa o resumo radiofónico da nossa estação radiofónica. O elemento nuclear a discutir era os incêndios, a forma de evitar futuros flagelos e dar a conhecer as medidas legislativas que funcionarão em formato preventivo.
Quem no dia 15 de outubro, contactou de perto com o inédito incêndio, que sentiu chegado o apocalipse, sente ainda o pavor de ver as chamas a elevarem-se no ar, vê as tochas incendiárias voarem metros e metros incendiando, aqui e ali, ao sabor da direcção do vento.
Vi o monte de S.Paul iluminado pelo lume,não compreendi, pois num ápice estava no monte de S.Gens, o fogo não era terrestre,voava com a velocidade dum falcão, que fazer…atónito, aterrorizado, impotente, já incomodado com o fumo inalado decidi manter-me forte, tinha que defender a família, a minha filha,agitadíssima informa já arde em Montouro.
Não aconteceu nada demais para o meu lado, mas vi,vi as labaredas, temi não voltar a ver muitos amigos, tive receio do dia seguinte, não pelo que iria ver mas sim pelo que não iria ver.
Agora ao ver a forma como se trata o assunto, lembrei-me do Marquês de Pombal, a forma decidida que ele teve ao agir perante o maremoto de 1755, que destruiu meia Lisboa.
Haja clarividência, responsabilidade, para que ninguém tire proveito material da situação, nem tão pouco actue com acções populistas na vil tentativa de obter dividendos com fins eleitoralistas.
Autor: Manuel Vieira
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