Apesar do resultado oficial apenas ser dado a conhecer pelo INE no final de Março de 2018, o défice de 2017 deverá rondar os surpreendentes 1,2% do PIB. Paralelamente, a dívida pública terá caído para 126,2% , superando não só as previsões feitas pelo Governo no início do ano, mas também aquelas que eram as estimativas em Outubro quando foi apresentada a proposta de Orçamento do Estado para 2018.
Estes resultados contrariam, particularmente, o vaticínio dos apregoadores do “Diabo”. O atual governo de esquerda, assente na coligação que apelidaram de geringonça, liderado por António Costa e pelo Partido Socialista, provou que existia alternativa à austeridade sucessiva. O crescimento económico do país e o cumprimento das metas europeias não obrigava, como alguns tentaram fazer crer, ao esforço desmedido dos portugueses e das famílias, que foram privados dos seus rendimentos e de direitos constitucionalmente salvaguardados. Os sinais são claros, a confiança dos mercados está instalada, a credibilidade da gestão socialista faz eco pelo mundo fora.
Estas são efetivamente boas notícias. Boas notícias assentes em boas contas.
Também por cá, o Município de Castelo de Paiva tem seguido, nos últimos 8 anos, uma prática de boas contas. A gestão rigorosa, transparente e de credibilidade encetada por Gonçalo Rocha e o Partido Socialista permitiu uma redução da dívida para menos de metade daquela que encontrou. Entre capital e juros, foram pagos à banca nos últimos 8 anos mais de 10 Milhões de euros. Esse esforço, que está a ser partilhado e compreendido pelos paivenses, permite olhar para o futuro de forma diferente. As gerações vindouras não terão a sua vida sobrecarregada com um ónus que não lhes pertence.
Imaginem a quantidade de obra que poderia ter sido efetuada com os 10 Milhões de euros que entregamos à banca? Quantas pavimentações, quantos arranjos urbanísticos, quantos projetos na área do desporto e da cultura, quanto investimento podia ter sido efetuado na área do turismo? Este é um cenário negro que não se poderá repetir. Por isso, apesar da Câmara Municipal de Castelo de Paiva ter hoje crédito, não podemos cometer os erros do passado. Hoje temos finalmente crédito.
Crédito na perspetiva da credibilidade que conseguimos junto dos fornecedores e banca, mas principalmente temos crédito porque recuperamos, ao fim de mais de 15 anos, a capacidade de endividamento. De facto, para realizar investimentos, o município já pode socorrer-se do financiamento bancário. Mas esta gestão futura terá que continuar a assentar em rigor.
Por isso, e ao contrário do que alguns fazem crer, mesmo com o recurso à banca para fazer obra, a dívida total do Município terá que reduzir ano após ano. Em termos práticos, e a título de exemplo, significa isto que, se o município pagar num ano 1,5 milhões à banca e pedir 1 milhão, no final desse ano o saldo será positivo, pois a dívida total reduzirá meio milhão.
Castelo de Paiva precisa, mais que nunca, dessa gestão rigorosa, de planeamento e de politicas de proximidade. As politicas sociais seguidas pelo executivo socialista, com apoios nas mais diversas áreas, em particular aos que mais precisam, têm agora, no tempo que se segue após o flagelo dos incêndios, uma exigência acrescida. É indiscutível que a destruição que nos atingiu, para além dos prejuízos imediatos, levará décadas a reparar.
Também por isso, se precisa, mais que nunca, de um clima de estabilidade, de confiança e esperança. E é isso que eu espero de 2018. Que seja um ano marcante pela positiva. Que sejamos capazes de recuperar, de reconstruir. Que os investimentos que estão em curso e os que vão avançar, permitam alavancar a economia local, potenciando o emprego e a qualidade de vida de todos os paivenses. Que 2018 seja um grande ano, um bom ano! Este é o meu desejo.
José Manuel Carvalho, Janeiro 2018